terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Get up, stand up! Stand up for your rights!

Tu, tu mesmo: está tudo bem contigo, tua vida?

Dificilmente deixo de lado as questões humanas, em meus textos. Este de certa forma é com intuito coletivo, abrangente, porém nada tem a ver com o famoso espírito natalino. Não montei um belo pinheiro.

Falar das relações, quaisquer que sejam, mesmo que seja num blog informal (como o meu), implica certa base. Nunca peguei nada do tipo para estudar com afinco, e não me orgulho disso. Talvez um dia o faça. Sobre gramática, conto com um ensino médio, e é com ele que me defendo.

Pois bem. Perguntei sobre tua vida a fim de fazer-te olhar pra fora dela. Se estás triste, feliz, preocupado... Não é o ponto. A questão é: tua tristeza não te parece egoísmo,ou seja, fica apenas querendo sair dela; quer apenas ajuda pra se livrar dela? Tua alegria, não te fecha pros problemas que te envolvem porém estão um pouco mais longe de ti? Tua preocupação com algo no campo econômico, não te torna distraído perante coisas que talvez tenham - quase sempre têm - mais importância?

Pequena idéia ou grande confusão, por quê não expor?

Esta noite o que me trouxe aqui foi o programa Converesas Cruzadas, da TVcom. Falaram sobre os governos de Yeda e Lula, então me vieram à cabeça os protestos em que fui, as discussões em que me meti. Estava eu certa? Errada? Eu sabia do que falava? Completamente nunca terei a resposta. Posso ter certeza do valor de uma causa, mas será ela a melhor para todos? Para tudo?

É aí que, depois de seis parágrafos, quis chegar. Quando falei sobre nossos sentimentos e sobre as consequências de cada estado (tristeza, alegria, bláblá), quis dizer que normalmente vemos o problema em nós. Está tudo em nós. Tudo vem contra nós. Argh...

Será que (sim, mais um questionamento), com soluções engatilhadas para problemas coletivos, não NOS melhoraríamos? Algum efeito surgiria em nós, pois até onde sei somos o coletivo. Soluções abrangentes são justamente abrangentes.

Vi os debatedores do programa apresentarem dados que comprovariam sua tese, pró ou contra os governadores. Claro, muita coisa não entendi daquilo, só que por mais alheia que aquela linguagem técnica me pudesse parecer, sei que aquelas pessoas estão envolvidas nesse processo; estão com algum dedo na massa, e eu assistindo o programa por mais verde que seja, de algum jeito sei do que eles estão falando.

Se nos envolvêssemos um pouco - bem - mais, quiséssemos saber o que está acontecendo, como está ocorrendo e principalemente o que nós, ostentadores da maior festa da Terra - "...na Sapuucaíí!" - podemos fazer pra mover algo do lugar, nada estaria tão grave quanto cada situação está hoje em dia.

Perguntei sobre tua vida. E a NOSSA? Teu carro garante a alegria de quantas pessoas? Tenho certeza de que todas elas terão vínculo contigo. Não terão se trabalhares numa transportadora, revenda; fores taxista. Quero a igualdade, não quero tirar teu carro. Entenda que todos têm o direito de viver bem, e sinto que o dever de lutar por isso.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Vou te dar a morta"

Era mais uma de minhas empreitadas. Uma das grandes.

Sexta-feira (28/11/2008) fui convidada para uma reunião na sede do PSOL, por causa dos atos e tals. Ok, peguei endereço, era certo que ia. E eu ia. Tenho muita curiosidade pela Cidade Baixa, esse lados de lá.

Não sabia como chegar, até perguntei aqui em casa se tinha algum ônibus que me deixasse mais perto do que o que pego, que me deixa ao lado do camelódromo. Não rolou então fui nesse mesmo. Perguntando para todos que me parecessem confiáveis, fui. Um cara me disse pra ir pra uns lados de lá que eu sabia que estavam errados, e ele me disse convicto. Eu só pensava 'eu sei que não é pra lá, seu filho da puta'. Um outro cara, bem gente, me guiou melhor. E depois de falar, refletiu e viu que tinha explicado de um jeito confuso, então disse "Vou te dar a morta..." e indicou um jeito fácil. Estava longe do meu destino mas fui, com minhas passadas iluminadas pelo forte sol daquela tarde. Tava quente.

Marechal a cima, mais informações pedidas, rua a baixo, Opinião em vista, eram só mais duas quadras... E eu colocando os bófis - não quero nem aprender como se escreve bófi - pra fora. Vi ruas das quais tu não encontrarias na zona norte. Não, não, não na zona norte. Eram pessoas diferentes, com toda a certeza. Sim, é uma visão de guriazinha da zonta norte; minha visão, mas tenho que contar. Me deslumbro com coisas deste nype - nype eu quero saber: é assim? - Gente bem diferente, pessoas alternativas, em outra órbitra. Algumas quadras caminhando, avistei o Armazém da Esquina, que tinha uniformes e utensílios do Café Bom Jesus (vai entender...) , e um baita atendimento. Adorei o lugar, e como todo bom estabelecimento da Cidade Baixa, tem suas mesas na calçada.


Sim, eu tirei uma foto na moita.

Meus olhos arregalados, meu encantamento, e tudo mais o que eu sentia por estar ali conhecendo coisas novas, não me deixaram ficar nas mesas da calçada. Fiquei lá dentro. E, alguém lembra do Café no BIG, numa tarde tediosa de Olimpíada? Optei de novo pelo branquinho, com um café preto. O branquinho? Bem melhor do que o do BIG.

Eu tava ali sozinha, tomando um café muito bom num lugar encantador - já diria a Dábila. Cara, isso foi ótimo. Paguei o troço, algo não tão agradável quanto estar ali. Fui pra sede do PSOL, que ficava quase que em frente. Fui muito bem recebida, conversei sobre os próximos passos do movimento estudantil, conheci gente habituada ao que acabara de me surpreender, e isso é um pouco estranho. O que me fazia sentir surpresa, não era novidade alguma pra quem estava ali. Concluindo el parágrafo: engatinho. Engatinho com sede.

Não sei se é ali que quero morar, não sei se ali será meu futuro Lindóia; meu xodó. Só sei que foi muito válido estar ali, chegar aqui dias depois e contar como se tivesse viajado ao exterior. Conheço bem a zona norte, no Sarandi não há ruas que eu não saiba onde acabarão... Mas lá não é meu lugar. O pequeno pra muita gente me engrandece; e o máximo de muita gente não é o bastante pra mim.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Meu molho de chaves

Abrir essa fechadura não tá fácil, mas e daí?

Na semana antecedente ao ato que ocorreu na segunda-feira do dia 24 de novembro, fiquei sabendo do que estava por vir, e tratei de passar de sala em sala, a fim de comunicar o manifesto para os alunos matutinos. Pois é.

Fui, acompanha por pessoas do Grêmio e a professora Margarida, pessoa que nos dá um suporte muito interessante. Interrompi aulas, falei, falei... Falamos como sempre. Conseguimos ônibus com o DCE da UFRGS, através de nosso presidente Samir. Conseguimos dinheiro para faixas, com os alunos. Mas eu, Nathália Bittencurt, não consegui o que queria.

É, eu já previa... Mas quem me conhece sabe, não adianta, eu tenho sempre que ir ver o que há atrás da porta. Ao falar, vi que o que já havia plantado na cabeça de grande parte dos alunos, mal se mexera. Ninguém - calma, soltem as pedras; falo no geral - realmente ouviu o que eu disse. Como se algum professor pedisse "Façam este exercício, que na aula que vem verei e darei nota". Ora, ninguém - calma de novo - vai fazer naquele dia, farão justamente na próxima aula. Infelizmente, pessoas não se interessam. Foram pouquíssimos alunos no protesto, pouquíssimos. Por quê não foram? Eu sei.

Quando há manifestos envolvendo alunos, o que é mostrado na mídia? As brigas. Brigas de? De gente que não vai lá pra gritar por ideal nenhum, não vai cantar e caminhar por melhora nenhuma, não vai lá pra representar nada além de "zonas". E num olhar atravessado com outro estudante, ao julga-lo ser de outra "zona", acaba com qualquer avanço em nosso meio e começa uma discussão, uma briga, dá prato cheio aos repórters, aos verdadeiros interessados por trás, a quem quer intimidar a sociedade dizendo "Olhem, é isso que acontece em protestos, não vejam isso, tranquem seus filhos, comam Ruffles".

Há quem ache que sua presença não moverá uma palha. Então digo: NÃO É indo lá e participar um pouco que conseguiremos depor alguém, mudar a cidade e gritar que vivemos num país melhor, mas são esses atos que cutucam quem está sentado na melhor poltrona dos palácios, é esse barulho nas esquinas da cidade que faz os cidadãos pararem uns cinco segundos pela rua e pensar "Algo está acontecendo, essas pessoas querem mudar algo", e então se ligar de que algo precisa ser feito, e só espera por nós pra apertar o start.

Na quarta-feira seguinte houve novo ato, mas desta vez estadual, em frente ao Palácio Piratini, com muita gente. Estavam ali por sua classe; seus problemas, os professores, como nós alunos também estivemos em março deste ano contra a enturmação, lembram? Pois é, estávamos lá, tentando algo.

No dia em que fui com o colégio, arrisquei-me em cima de uma combi de som, falei algumas coisas, bem não lembro. Mas sei que fui lá por alguém, por algo, por mim mesma, por acreditar ser essa Nathi de todos que sou. Inspiração? Nei Nordin, que minutos antes me concientizara da sociedade individualista na qual vivemos. Perguntei "Então não tem jeito, sôr?" e ele respondeu: "É mais ou menos por aí."

Agora bem sei, não faço parte disso. Vou e vou, não interessa se a TV me diz que lá há violência (porque sei que, se lá houverem pessoas que saibam o motivo de estarem lá, não haverá txu txá), se talvez eu não tenha êxito. Eu quero é ver o que há atrás da porta.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Se tem o lacre azul, do Davidzinho ♪

Têm me faltado gás. Urgh...

Esbarro pelas coisas, pessoas, caminhos. Têm sido estranho. É como se já não fizesse sentido, isto é: hora de trocar de metas. Essas merdinhas de sonhos convencionais, já estão me enchendo. Tô ficando que nem o Tiago C., e ao saber disso ele fará de tudo pra que eu não me torne um Tiago. Certo que sim.

Digamos que tomar um chima bem acompanhada num final de tarde ainda faça sentido. Tenho alguém à essa altura, à altura desse pequeno desejo? Ainda não. Ainda...

Quero ser jornalista. Tenho saco pra controlar o próprio jornal que edito? Não, tanto é que agora só edito - edito... dou meus artigos, lá - , não mais produzo o caderno esportivo.

Tá faltando gás. Estava.

Ontem fui - pela quarta vez - na Feira do Livro deste ano, e finalmente comprei algo útil; um livro. Antes tinha feito um tererê e comprado um brinco - urgh... Tava ali, pagando o troço, quando através de um cutuco, (daqueles que se dá em quem tá na tua frente na fila de pagamento das contas) de uma mulher que me vira comprando o livro Cris, a fera, de David Coimbra, que me diz:

_Aproveita e pega um autógrafo dele!

Ele tava passando por ali, aí já abri meu celular e cheguei conversando, já. Tirei foto, recebi autógrafo. Cara, eu adoro demais aquele cara. Começamos a pequena conversa, e ele, olhando minha corrente com o pingente da letra N, tentou advinhar meu nome... Nara, Naiara?

_ Não, Nathália :)

_Eu sabia! ;)

Afirmei que ele era a melhor estrela móvel do Pretinho, e não tinha vez pro Neto. Ele, contente, exclama "Então diz isso pra eles!". Ainda escrevendo em meu exemplar, perguntou:

_Que mal lhe pergunte, Nathália... Quantos anos tu tens?

_17.

_Tem um jeito de madura.

Sorri, até ri um pouco. David Coimbra é um exemplo. Cresceu no IAPI, vila cuja eu estudo, porém não moro. Estudou em colégios de lá, dentre eles o meu, Becker. Dom João Becker. Escreve apaixonadamente bem, é editor do caderno esportivo da Zero Hora, apresenta o Café TVCom, participa do PB, tem colunas na ZH e comenta futebol no Bate Bola, na TVCom também. Ou seja, um exemplo e expoente no jornalismo.

Alguém ainda lembra do dia em que conheci Ribeiro Neto? Me senti assim. São dois exemplos pra mim, caras que fazem eu parar diante deles (no caso, diante do rádio/TV), escutá-los, rir com eles, achá-los os caras mais certos do mundo e pensar: Quero ser um pouco disso; ter um pouco disso em mim. E é conhecendo-os que isso renasce em mim.

Por acaso conheci muita gente inspiradora, até hoje. Outras tive que correr atrás de boas oportunidades para tal. Isso me faz um bem tão grande, poder conhecê-los e mostrar que existe uma guria que os admira muito, ao mesmo tempo em que eles me mostram que correr atrás do que se quer vale, sim, a pena.

Assim, recebi meu gás a mais.

domingo, 9 de novembro de 2008

É apenas Picanha de Chernobill, mas eu gosto

Por ter alguns contratempos com o blog do Jornal do Becker é que escrevo por aqui mesmo.

Sabe... Eu curto ouvir bandas novas. No entanto não me acharão em comunidades desse tipo, ou fuçando na net sobre isto. Eu conheço o acaso, deixo-o vir até mim quando ele quer. Foi assim que conheci muitas bandas daqui de Porto Alegre, e não foi diferente com a Picanha de Chernobill.

Era uma tarde com amigos na Ponaim, Lindóia - tá, eu sei que encho o saco com o Lindóia... - quando conheci Thomas, cara com que tenho muitos amigos em comum e percebi conversando que era muito interessante também. Aí siiim, depois que o acaso bateu na porta é que fui atrás. Conversando com ele é que descobri que ele tinha uma banda, me pilhei de conhecer e foi. Picanha de Chernobill é um nome tri, remetendo àquela usina lá e tals, que todos sabem.

Escutei, escutei e escutei mais. Talvez já tenha visto todos os vídeos da banda, e tenho que dizer: escuto o myspace direto. É algo muito paga-pau de ser dito, mas eu digo e dane-se. Só escrevendo aqui, já escutei o áudio de um acústico deles umas 5 vezes. E quê tem em dizer?

Escutem, e não é pra escutar se der. É pra escutar, ué:
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=380596743&MyToken=c647b611-902c-46b8-98f3-54d484e296fc


Eles têm perfil no orkut pra quem ficar curioso feito eu:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=13137643932810664166

Youtube:
http://www.youtube.com/results?search_query=picanha+de+chernobill&search=Search

Estão sempre ativos em qualquer um dos canais acima, e - é sério - vão lhe responder. No perfil todos saberão à que a banda veio, não vou ficar aqui explicando o som que só de escutar já se entende a proposta. É apenas roquenrol, mas nós gostamos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Meu sofá

Ás vezes eu desanimo. Mas muitas vezes não.

Sabem, há um tempo, a Ká me mostrou um sofá roxo, na loja RedLar da avenida Assis Brasil, próximo ao Banco do Brasil, antes das lojas. Mas isso não tem nada a ver com nada aqui.

Era um sofá roxo, LINDO, simples, apaixonante. Não tem nada de anormal nele, só suas almofadas que podem ir um pouquinho pra frente. Passo quase todos os dias de ônibus, por este sofá. Meu sofá roxo...

Cara, eu queria muito ter este sofá, como meu primeiro móvel comprado pro meu primeiro apartamento. É, eu não tenho nenhum móvel. Eu não tenho nenhum apartamento, nem alugado. Mas terei, só não sei quando.

Pois bem. Passar todos os dias pelo sofá não era o bastante. Hoje, admirei-o mais uma vez, cutuquei a Ká no ônibus e disse 'Olha lá, meu sofá'. Ela sorriu e comentou algo. Isso se repete, e ela nunca é grossa comigo. Me vê flertar o sofá sempre, comenta algo sempre, e nunca se fecha pra mim quando eu estou assim, sonhando.

Cheguei em casa e soube que eu já teria de voltar pra rua, pois tinha que pagar algumas contas. Não sei se cheguei a falar para Ká, sobre minha vontade de tirar uma foto do sofá, porque sei que logo o venderão. Hoje era o dia! Paguei o que havia de pagar e me fui até a loja, mas com receio de que me impedissem de tirar minha fotinha. Inventei uma estória: minha 'irmã' estaria mobiliando seu novo apartamento, e eu queria saber as condições de pagamento do sofá. Se não me engano um cara da loja me respondeu que eram 1 + 3 sem acréscimos, ou em mais vezes com o tal. Então, perguntei se poderia tirar a foto, e ele disse um confortável "Claro!". Não precisei mais de cerimônias:


Fica de recordação.

Sinto esse tipo de ambição longe de mim. Ao mesmo tempo em que sei que distâncias são feitas pra serem percorridas, e objetivos, alcançados. Quem sabe, né...

domingo, 26 de outubro de 2008

Muros

Do que serão feitos os muros da indiferença? Acho que sei.

Jogar lixo no devido lugar, usufruir da água e eletricidade e preservar natureza é o mínimo que se pede, é o que muitos já fazem, mas está longe de ser uma unanimidade. Como irei eu convencer alguém a procurar fazer mais, a fazer sua parte? Como passo por estes muros?

Pular os muros seria como dizer "Tá, eu sei que tu não te interessa, mas recicla esse papel, vai". A mentalidade continua a mesma, e um tempo depois o próximo papel pego não será reciclado. Pular os muros os deixam temporariamente para trás; não destrói o que os colocou lá. Para destruir é necessário saber do que são feitos, e não é preciso acompanhar a questão de perto pra ver a indiferença estampada nas faces.

Quanto a água, já ouvi até quem quisesse que ela se tornasse rara, a fim de nosso país exportá-la e, enfim, transformar-se num país decente. A postura indiferente se baseia na crença soberba, de que nenhuma crise nos afetará e seus possíveis males, se realmente existentes, demorarão mais do que o previsto para nos atingir.

Minha geração é prejudicada e previlegiada. Nascemos já pagando pelos erros das gerações passadas, recebendo o acúmulo de problemas: falta de água, saída para o lixo eletrônico, desperdício de alimentos, DST's, conscientização elitizada são os primeiros que me vêm à mente.

Como disse, somos também previligiados. Que outra geração chegou ao mundo com acesso às informações tão fácil? É bem verdade que também falei da conscientização elitizada, que nos remete ao fato de que as informações são acessíveis, porém não estão ao alcance de todos. Quem dá - ou pelo menos deve - condição de igualdade para todos é o governo, mas quando isto não ocorre, nós também podemos espalhar nosso conhecimento.

Se o estado não está sendo eficaz na maneira como trata os problemas, automaticamente agimos individualmente. Por ironia, é por meios individuais que também podemos resolver problemas coletivos. A ineficácia na hora de conscientizar leva os jovens a acharem esta mobilização algo chato, sem sentido, ou até mesmo modismo.

Não sei o que me levou à me importar, mas seja qual for o motivo, não sirvo de parâmetro: minha visão não é igual à de ninguém, isto é, é preciso trazer as questões atuais de uma forma que desperte o interesse de todos, fazendo-nos entender que a hora de reverter o quadro é esta; nosso tempo é agora: começemos destruindo os muros da indiferença.

sábado, 25 de outubro de 2008

Yeah, friend. World cup.

Our sorrows are only of us
Our victories not


We lose alone, win together
What will happen, what will happen


I keep walking but don't move of my place
What a bad joke


I can't stand without this
I'm this
I love you.


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A junção das verdades

Há tempos em que o tema células-tronco pede passagem no foco mundial, a fim de envolver toda a população nesta discussão. Se aparentemente grande parte de nós é a favor do prosseguimento das pesquisas, por que isto não ocorre?

O que há é um grande impasse entre diferentes verdades. A ciência nada mais quer do que fazer o que sempre fez: avançar com as descobertas que possam fazernos entender e resolver problemas que afligem a humanidade. Não podemos ignorar qualquer chance de progredir nesse sentido, pois as causas são urgentes.

De outro lado prevalece contra qualquer tipo de aprofundamento a Igreja Católica, escusa em seus dogmas contraditórios. Há várias versões do que é pregado no catolicismo, fato que alonga a discussão e não nos tira do lugar. Outras religiões como o judaísmo, o islamismo, o budismo e o hinduísmo interpretam suas escritas e não vêem objeções às pesquisas.

É hora de ver o que realmente está em jogo e dar fim ao que impede a humanidade de caminhar. Frente à revolução científica iminente, o primeiro passo é atrair o interesse de todos para encontrar caminhos que firam o menos possível às crenças de cada um dos lados, e priorizar o pensamento que permeia em todos eles: o bem-estar de todos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Formô

Gosto de usar frases soltas das pessoas pra compor uma crônica, assim eu posso dar um novo sentido à elas. Adaptar me atrai: dá seu tom para as coisas. Tipo:

"O problema não é tomar banho: é ficar sujo" by Kluge. Então lhes digo, amados: o problema não é ir até vocês de bicicleta, não é pegar bus: é ficar longe de vocês.

Sei lá eu explicar o quão bom é estar numa tarde ensolarada no Lindóia com vocês - tá, eu sei que eu pago um pau pro Lindóia, mas eu gosto rsrs - falando só besteira. Assistir o Mamute fingir estar invocado com alguém, ver o Gabriel reclamando de dor, o Kluge gritando "Não foi nada, não foi nada!", o Sapo fazendo seus comentários certos nas horas mais que certas. Estam lá também Jean e o Torino, sempre que podem.

Torino sabe, estou fechada com vocês. Amo o fato de tê-los e saber que também sou bem quista. Que merda, eu queria ter passado aquela tarde toda com vocês! xD

Queria poder/saber falar mais, mas esse texto já tá chato de ler, e a moral que eu quero passar é essa mesmo:

AMO VCS, GURIS!
CHURUPA NA MENTE ;D

sábado, 4 de outubro de 2008

Las versiones

Há dias em que não dá pra engolir o imposto. Claro, o imposto referido às aquisições também não dá pra engolir, mas não é dele que falo. Falo das coisas impostas, da rotina imposta. Tem dias que não dá pra querer.

Ontem eu quis pegar minha mochila e não fazer o previsto. Pegar um endereço, sair a perguntar onde fica para gente gentil:
_O cara aqui tem um mapa... Segunda à esquerda.

Chegar, ver alguém amado, trocar presentes. Eu queria ter surpresas e ser chamada talvez pra uma militância. Me ir ao centro, juntar-me a umas 10 pessoas, conhecer candidatas à vereadora e prefeitura de Poa, ser de novo um pouquinho militante. Passar a tarde lá ao mesmo tempo em que cantando palavras envolventes aos eleitores, refletir sobre a vida. De repente encontrar amigos e conhecidos.

Voltar meio amiga, meio filha. Voltar convicta de mim. Com algumas inverdades nas costas, mas que não "passariam" da minha cabeça.

Queria eu ter passado uma tarde assim, em vez de ter ido ao curso e depois na praça com amigos. Bah, eu queria.

Que livros de inglês são estes? Que adesivos e bocas de urna são estas? E esta bolsa preta?
O que houve?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Drika e o Amor

Eu me preocupei com ela.

Recebi ontem um toque do celular da Drika e liguei de volta percebendo uma voz ofegante, não de gente puta da cara. Não, não. Não havia raiva, ou coisas assim, ali habitava uma mulher magoada.

Ela estava cansada, de tudo. Tudo. Sem paunocusidade é óbvio que não contarei detalhe algum, pois o importante só é saber que Drika é uma mulher de lacunas - como eu.

Fiquei ouvindo-a e falando coisas que me vinham a cabeça ao mesmo tempo em que sabia que eu não conseguiria ajudar. Queria saber o que falar nessas horas, mas não há como saber. Há como se sentir honrada. Sim, honrada. "Pooorra!" já diria ela... Ela me ligou ao se sentir assim; em meio ao peso daquele instante, foi meu número que ela discou; na lotação voltando para zona norte, foi a Nathi quem foi procurada na agenda.

Algum tempo depois estava tudo bem, rapidamente.

O que deixa mulheres e homens soltando fagulhas, em qualquer sentido, seja de felicidade, ódio, raiva ou prazer? O que nos faz trocar de idéia como quem pisca os olhos? O amor, seja de pais e filhos ou pelo próximo.

O amor move, seja por sua demasia ou pela falta dele.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Não acredito...

É, tive que ir num postinho conhecer o que me atormentava desde sexta-feira passada. Uma dor inexplicável no centro da barriga... Não entendia a dor, só sei que ela me sugava, pesava. Já tinha uma consulta marcada por causa de um novo exame para ver meu nível de anemia, - sempre tive anemia - então a suposta doença veio em boa hora. Eu acredito em boa hora pra se ter doença. Sim, ué. Fiquei doente o fim de semana, poderia ter sido em meio a algo importante, e choveu a porra do sábado todo mesmo. Ué.

Bati um papo com uma senhora indignada pela demora, comentamos sobre o SUS, e tals, e... Argh... Tudo isso que atormenta quem é provido deste convênio público. Aaaí, entrei, né, bem na manha... Rsrsrs que tristeza ler assim, né?! ;)

Primeiro a médica leu o exame, disse que ainda - sempre terei anemia... Sempre! - estou com um pouco de anemia, embora o ferro não seja mais problema, e sim a falta de complexo B. Aí falei da dor que me emputeceu o findi todo, e pela descrição e os socos que ela me deu (Esse jeito de examinar a barriga que os médicos têm, sabe, como se estivessem amassando massa de pizza? ) ela disse que era gastrite. Perguntei as causas, ela disse que poderiam ser alimentos fortes como pimenta, e eu pensei 'Ah tá, né... Nunca como isso!". Mas... Também disse que poderia ser por anciedade, preocupação, nervosismo. Então foi ali que me achei.

Droga, deixei minhas pilhações afetarem meu corpo! Olha onde cheguei. É dicícil.

É isso aí, tô pelos remédios, mas só isso não me curará: É preciso me alimentar melhor, e sobretudo: Me tranquilizar.

sábado, 20 de setembro de 2008

Lacuna

Daqui observo meu sobrinho brincando com seus carrinhos na minha cama. É isso que ele faz: dá sentido às suas emoções através das brincadeiras. Ganha doces, é coberto todas as noites antes de dormir, controla a direção dos seus carrinhos com a mais pura autonomia de quem vira sua vida leve pro lado que bem entende, quando quiser.

É nos dado o mesmo poder, quando pequenos e em todo o depois. Não podemos nem mais nem menos, apenas diferentemente.

É aconselhável não fazer promessas à crianças. Muitas vezes elas podem não cobrar explicitamente, mas lá no íntimo delas haverá sempre a lacuna do que foi prometido: não cumprido. É com medo de fazer parte desta lacuna que não prometo o que não está ao alcance, não só às crianças.

Infelizmente é normal não cumprir promessas a quem já não é criança. Porque presume-se aquele pensamento de "Ah, ele(a) nem vai ligar, logo esquecerá, ficará bem". É, pessoas ficam bem, mas nem tudo fica. Há sim, lacunas.

A diferença entre os poderes não é a óbvia, de que crianças lembram e os demais superam. A diferença é que todos somos crianças e adultos para coisas diferentes. Há pessoas que exercem uma praticidade enorme nos sentimentos, passando por cima do que for simplesmente em nome de suas convicções. Tão logo existem os que guardam as lacunas dentro de si sim, a fim de cobrar à cada olhar, à cada desvio de olhar, à cada lembrança de olhar.

Queria eu girar minha vida com a mesma facilidade com que meu sobrinho manobra um carrinho. Ao desviar dos obstáculos, conseguir deixar tudo para trás, todos os sentimentos de lado, como quem tira uma farpa do dedo. "Mas não sou mais Tão criança a ponto de saber tudo" - Renato Russo.

Texto criado em 28/8/08, digitado em 20/9/08.

sábado, 6 de setembro de 2008

As alternativas como são

Constantemente a educação nacional é questionada por todos. A defasagem do setor é alarmante, dando razão a todas as manifestações feitas até aqui.

Com certeza hoje se têm muito mais crianças nas escolas do que há um tempo atrás, mas esta conquista básica não é o suficiente. Ao crescer, quem não tem condição financeira de pagar uma faculdade, agora felizmente tem a chance de tê-la paga pelo estado através do ProUni, que usa a classificação do ENEM. As médias de aprovação desta prova vêm aumentando, o que equilibra maciçamente as chances de todos os estudantes exigindo cada vez mais conhecimento. Para universidades federais, o ensino médio sozinho quase sempre não é o suficiente em termos de preparação.

Fazer cursos pré-vestibulares é uma ótima opção, mas temos que lembrar do fator determinante para a escolha em direção ao ProUni e à universidade pública: não há recursos financeiros. Logo, com a má qualidade do ensino público, o acesso à universidade não está tão perto de todos quanto é pregado.

Se as alternativas particulares não estão ao alcance, a solução é fortalecer a única fonte que chega a todos: o ensino público, em suas bases no ensino fundamental e médio.

A qualidade na educação é o ponto inicial de toda a mudança, e para ensinar qualificadamente é preciso estrutura. Escolas com espaços que favoreçam a vida estudantil, um planejamento que facilite o bom aprendizado e não a queima de etapas e, definitivamente, a justa remuneração dos professores, que não têm estímulo algum a escolha desta profissão de extrema responsabilidade e entrega. É necessária e urgente a valorização do que é realmente fundamental.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

"Traçando uma rota urgente" - ENEM

ISSO foi o que eu tive coragem de colocar na redação do ENEM. Escolhi a proposta 3, como a maioria de meus conhecidos. Bah...


'Como boa parte dos problemas que atingem a população atualmente, o desmatamento na Amazônia também poderia ser evitado com o aumento na fiscalização.

A demanda de fiscais é grande, e o Brasil pode atendê-la perfeitamente, basta destinar uma fatia maior de seus esforços à preparação de agentes e qualificação da infra-estrutura para tais, visto que é preciso acompanhamento não só por terra, mas pelo ar e também usufruindo da tecnologia que pode ter papel fundamental. As multas se exigidas, são excelentes vias de êxito.

É simplesmente vital a valorização deste território, que é fundamental à vida do planeta. A Amazônia pede urgência, com mais ação e efetividade.'

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ignorar

Não foi ignorando totalmente os x’s e y’s que o mais sábio dos matemáticos resolveu as equações que o atormentavam. Ignorar também não é comigo. Sei a hora de não dar bola ou fechar os olhos, mas não me peçam passividade como doutrina. De alguma forma sempre há reação, em qualquer situação. O que não faz de nós um bando de seres inflamáveis, esperando um toco de cigarro queimando.

A sociedade é uma selva porque assim tem que ser. Se fosse possível estar seguro em qualquer sentido em qualquer lugar, qual seria o sabor em tentar o novo? Nada do que fizéssemos nos ferraria. Nada. A apelativa mesmice do nada. Sem esquecer que nesta selva, o objetivo final acaba sendo ferrar alguém, e essa segurança acabaria de vez com qualquer brincadeira do tipo.

A selva é selva com o intuito de equilibrar passividade e reação. E ignorar isso “não é o momento”, já diria meu irmão. Tem gente que adora uma oportunidade de ver quem grita mais alto, tem gente que prefere discutir a sós colocando os pingos nos i’s. Come-se a pimenta, bebe-se a água, e ao final de tudo não vale a pena provar os dois? Pra quê ignorar as diferenças e problemas, se dar a cara à tapa e orgulhar-se da tentativa é tão mais gostoso.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A sede das palavras

E se eu contar? Contar todas as situações, coisas que só eu vi. Será só um relato, no máximo um fato. Não tirará essa persistente sensação de insatisfação do meu peito.

Mania tenho eu de usar as palavras como válvula de escape... Quando bem menor tinha diários pra contar o que só eu poderia saber, que se transformaram em versões musicais, depois em música própria e agora um blog no qual conto muito do que se passa, mas nem perto de tudo que realmente acontece. Sempre tudo à mil.

Embora sempre voando sem sair de si, não é muito difícil chamar minha atenção. É aí que derrapo nas avenidas. Ou me entrego ou mal olho direito. Extrema, sem um pingo de equilíbrio. Quando caio, caio mesmo, tão fundo que muitos nem me enxergam. Porém isso é ótimo quando a maré está a favor, gente assim aproveita tudo até o último segundo, e eu sou daquelas que rapa o pote.

Ruim, não poder abrir. O que eu quero contar? Tudo. Como cheguei até aqui, de unhas vermelhas, um princípio de dor de garganta, faminta, vestindo uma calça rasgada, um sutiã velho preto e um chinelo de pano rosa claro em frente à tela do pc. São tantas coisas, tantos anseios. É preciso entender o porquê da impotência de realizá-los e recolhê-los à onde vieram.

Que sede de tudo, que felicidade em estar viva, ser quem sou. Assim eu sigo... O suficiente é pouco pra mim, e os fracos que se retirem.

sábado, 16 de agosto de 2008

Tetris

Quando vi pa-pum, tudo se encaixou.

O tempin tava bem nublado, hoje de manhã. Queria muito ir pro Lindóia ver os guris. Daí desabou uma chuva, mas uma chuva... Daquelas nem tão carregadas, mas suficiente pra alagar o Saranda. Urgh...

Sou otimista... O tempo iria melhorar, ora. Esperei, esperei... Esperei. Deu 15h, e o tempo naquela bosta. Aff, vou ficar na net mesmo. Antes tomei um cafezão em casa, bem na manha. Entro no MSN, Jean me diz que haverá jogo! Olho pra rua: Milagre! SOL! Parece outro dia. Me voy.

_ "Eu não acredito que tu vai sair daqui, ameaçando este tempo a chover de novo??" - diz minha mãe/vó

_ Sim.

_ "Só pra ver uns guris desse Lindóia, sozinha??"

_ Eu vou.

_ "Tu só pode tá namorando de novo."

_ Não tô. Eu vou.

_ "A gente tá sem guarda-chuva!"

_ Eu vou.

_ "Tu vai mesmo, guria????"

_ Eu vou.

Sabia que haveria um 615 naquela hora, pois lembro da lógica dos horários. Entrando no bairro, passo nas Americanas do shopping pra comprar Jacker, uma versão mais barata do Pringles. Me voy pra Poinaim. Já estão lá, meus queridos.

Tudo tri, daqui a pouco começam a chegar uns caras... Mais caras... E outros caras... Resolvi ficar do outro lado da quadra. Fumando, bebendo, tomando chimarrão, eram conhecidos dos guris mas eu sei lá, né, meu... Eu não os conhecia. 5 começaram a jogar contra meus guris. Jogar melhor, diga-se de passagem.

Zé Cueca também tava lá. Aliás, Zé Cueca tá sempre jogando. Seja no Laranjal, Ponaim ou qualquer praça do Lindóia. Ele puxou papo comigo, então descobri que seu nome é William. Ele achou que eu morasse lá, hehe, acho que de tanto me ver por lá. Há coisas implícitas no Lindóia, como Seu Biguá e o porquê de William ter este curioso apelido... Mas isso fica pra outro post.

Juntou uns 12 caras assistindo e esses 2 times jogando. Legal, muito afudê, assistir a (aparente) boa convivência entre eles. Só tava eu de guria, só quando estávamos de saída é que chegaram várias gurias.

Eu tinha que ir embora, os guris foram comigo até a parada. Que troço ÚNICO, Gabriel tentando dar estrelinha na grama da praça... E melhor, o Jean imitando ele, rsrs.

O ônibus não demorou, consegui o 615 por sorte; ele é mais rápido. Quando já estava quase na minha parada percebi um cara atrás de mim, meio que sussurrando no meu ouvido, puxou um pouco meu cabelo. Viu que não ia dar em nada e saiu fora. Odeio isso. Odeio o suficiente pra citar aqui. Vão a merda, quem faz isso.

Foi legal, a tarde. Quando eu já tinha desistido de tudo, tudo se encaixou. Adorei o dia. Lindo, lindo, o sol meio fraco meio forte típico desta época, iluminando tudo por entre as nuvens ainda carregadas de chuva que não me espantaram do chão da praça. Tudo anacronicamente no lugar... Nada tem a ver com nada, mas pra mim tá tudo encaixado, me sinto ótima passando tardes assim. Acertado como um tetris. Lindo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

É o MÍNIMO

Nada é garantia de nada. Há como plantar coisas, mas colher depende de várias outras coisas.

É sempre bom colaborar para a harmonia, por mínima que ela seja, para viabilizar a boa convivência. É saudável. Mas não adiantará nada se não houver recíproca de todos os lados envolvidos.

Em qualquer tipo de relação, a base é o respeito. Questão bem conhecida, mas não muito bem aplicada. Tem-se respeito por tudo e todos: pela cidade em que se vive, o espaço que se tem, a liberdade recebida para falar, as pessoas com quem nos relacionamos de qualquer forma, enfim, o que nos cerca.

Mas usei o verbo errado... Não se tem-se respeito, infelizmente. Espera-se o respeito. E quando ele não vem... Ah, que trouxice. Trouxice que cega, emputece.
O que não quer dizer que devamos devolver em euros, afinal, assim nos igualamos. Não falo de baixar a cabeça para o que acontece, mas é preciso saber lidar com quem não tem a palavra respeito no dicionário.

Respeito é o MÍNIMO que TODOS merecem. Todos tem pelo menos um fiapo de razão sobre o que fazem, mas é preciso ter sabedoria suficiente para ver quando se ultrapassa qualquer tipo de limite. Meu limite pode ser mais flexível do que o de outra pessoa, só que isso não me permite simplesmente 'não me importar' com o que vai atingí-la. Não me conformo com esse papo de não se importar.

Respeito, porra!

sábado, 9 de agosto de 2008

Um show de ofertas para você!

Coisa chata, essas oliempíadas. Sou mais almoçar e ir fazer qualquer coisa de uma cidadã normal à ficar assistindo as coberturas de coberturas de jogos e afins. A ponto de ir ao BIG comprar nada importante.

Banhin, tô pronta. Tomara que não demore muito, esse Sarandi/Sertório. Sento num pedaço da escada do posto de saúde à esperar o bus. Tô há tempos pra escrever uma música que ás vezes me vem a cabeça... Tá nascendo. Penso em sua letra, dita aos poucos e friamente:

"Frias
Frias
As manhã e noites estão friiias"

Daí me vem um 'denguidenguidenguidenguidêênguidengui' pras guitarras... Nasceu uma parte.

Se eu deixar assim, esquecerei. Abro meu celular e discretamente o aproximo da minha boca. Canto a letra e as guitarras. Rsrs... Só eu. O bus vai partir. Passe livre. Ah é, hoje tem vacina.

Algumas paradas dele depois, sobem uns guris no bus, com instrumentos. Parecem não-mangolões. Fiquei curiosa. Sentaram atrás de mim, ouvi um pouco da conversa sobre a banda e afins. Mas aí uma mulher, que não devia ter mais de 20 e poucos anos, pede licença pra sentar ao meu lado. Olhei pra ela e disse sim. Ela me olha profundamente e pergunta:

"Vai passear?"

Eu olhei, olhei, e disse sim. Ela me vem de novo:

"Sozinha?"

Seguro meu celular com mais força e digo sim. E ela:

"Humm. Bom, né." E me larga um sorriso.

Virei pra janela e não me atrevi à olha-la mais, vai que ela pergunta mais alguma coisa. Ela desceu ainda dentro do bairro, em direção à outra vila daqui de perto. Estranho.

Minha parada vem chegando, eu já esqueci da mulher e ainda tô curiosa por aqueles guris. Não me contenho, viro pra trás, comento da banda e trato logo de saber o nome.

"Sou Nathi. Vou procurar vocês. Tchau!"

"Tchaau!" - coletivo (eram 3 guris).

Ao chegar no BIG, o furdúncio típico de sábado no BIG. Cato o que quero, sem pressa. Cuido pra não passar do orçamento. Mas pego uma caneta e Pringles que não eram tão necessários. Mazaah! Tem café de amostra grátis hoje! Não tá pronto, então dou uma enrolada e espero ficar pronto. Tri bom, o troço. Se não me engano é "3 corações" a marca.

O caixa rápido não estava rápido. Sobrou R$, vou pro Pastelino Café. Pão de queijo ou branquinho pra acompanhar o café? Branquinho me sorriu mais. Sento numa mesinha; de uma lado a lotérica, do outro os caixas. Devia ter ficado de frente pra TV. Bah, chutei no goleiro... Acho que o pão de queijo tava valendo mais, esse branquinho nem tá tão tri.

Pego a sacolinha que denuncia que estive no BIG, em direção àquele paradão infernal da Sertório em que todo pobre da zona norte pega bus. Urgh...

Milagre, bus não lotado. Todos os sertórios estão sempre lotados quando eu preciso deles. Não sou de pegar Sertório. Gosto do 615, pena que circulam mais só aos findis.

Me vejo no reflexo do vidro em que separa a frente e a trazeira da roleta. Gosto de me ver nesses reflexos, pois não fico tão clara. Rosto tri, o meu. Aham.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Não dormir é o canal

--->Trilha pra ler este post: "Tomorrow" , Avril Lavigne. Mas só pra ler este post... Não peguem ela pra cristo.

Sonhar é pra ser bom. É pra fazer bem. É.

Falo em sonhar no sentido do que acontece conosco enquanto dormimos, enquanto "relaxamos".

Me lembro. Sonhar era tri bom. Vivia situações legais e inesperadas. Acordava e pensava 'Bah, foi tri'. Era leve ao ponto de aliviar minha face.

Já faz um tempo pra mim em que sonhar não é nada bom. Continuam sendo coisas inesperadas, mas irreais demais.


Longe de pesadelos. Que é isso, não são pesadelos. São lindos e me fazem acreditar (dormindo) que são reais. Intensidade é apelido; são muito vivos, verdadeiros. Mas só estão lá, no meu inconsciente.


Se eu pudesse pedir... Eu não quero sonhar. Seria melhor. Acordo pensando 'Merda, foi só um sonho. Nada mais.'

Eu não posso escolher, controlar. E encarar a impotência é meu maior fracasso. Coisa baixa, não poder fazer nada. NADA.


Sonhem bastante, sonhem tudo o que puderem, sonhem por mim. Eu só não quero que eu sonhe.


Hoje em dia pra mim, sonhar é ruim. Porque lá eu não posso me vigiar, controlar, esquecer o que não quero lembrar. É lá que meus desejos fogem e eu realizo o impossível. Ao acordar a frustração da impotência de viver o sonho fica física e toma forma de lágrimas.


Me dizem que fico tri de olhinhos fechados, cochilando ou dormindo. Mas garanto que não é nada tri me ver quando percebo 'Bah... Eu só tava sonhando'.

Boa noite à todos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Foi bonito

Post criado em sábado, 2/8/8.
Acredita quem quiser, duvida quem tem juízo:

Douglas Saja and Nathi: When drunk, speak English. Yeah maaan!

Eu tinha dito pro Douglas. Não ia prestar. Um bombom e uma trakinas da Baiana não adiantaram. Até agora não acredito que acertamos o apê do Mamute. Acertamos!!

Fiz merda. Mas em nenhuma coloquei alguém além de mim em risco. À não ser ser aquela vez em que... Rsrs.

Falei em inglês grande parte da tarde. Percebi que o entrevêro tinha começado quando vi uma garrafa voando em pausa dramática no ar. É... Precisamos nos reunir mais. Ceci (a melhor repórter!), Torino (Capitão, LERAM? CAPITÃO Churupense. Rsrs), Douglas Saja (Muito afudê), Mamute (Muito querido), Kluge (Google, Kugle, Emule) e meu irmão/brow Gabriel (Te adoro demais). Foi muito bala.

Mais uma vez, um fato afudê por entre as ruas do Lindóia. Amo esse bairro. Se nada der certo no Bom Fim, Cidade Baixa ou Centro, é pra lá que vou. Conheço bem o Saranda, é lá que sempre estive, mas... Não quero ficar lá. Não.

Antes disso, tinha pensado muito sobre mim de manhã. Não dormi direito, acordava em meio à noite, pensando. Sentimentos me tomam, predominam, sou amante de tudo e de todos, principalmente da vida.

Me encaro. É preciso entender a mecânica da vida. Cada coisa tem sua medida, e os valores são diferentes pra todo mundo. Ressaltando ainda, racionalmente, que sentimentos não têm medidas. Logo, não importa o quão grande é o que se tem, é preciso dissipar isso se já não se tem razão.

Me vejo como alguém que sabe muito e pouco. Sabe de muitas coisas importantes, mas ignora naturalmente as mudanças que são tão normais e necessárias. Por mais cruel que seja uma mudança, ela tem algum fiapo de lado positivo. Algum fiapo.

Que a gente tem que tomar na cara, não tem jeito, temos. Que ninguém quer tomar na cara, é óbvio. Com exceção de mazoquistas.

Procuremos um novo jeito de ser feliz, pois a maioria das coisas é incontrolável. É horrível saber, mas não há como ter certeza, muito menos prazo de validade para felicidade e sentimentos. Aprendamos! Tempos melhores virão, já estão vindo, look at the sun! Rsrs.

Mas hein, o que vocês querem lendo/ouvindo uma bêbada? À essa hora já não estou mais catando milho, Douglas, rsrs. And I stopped talking English.

Mais um ângulo da Nathi. Alguém acredita nisso tudo?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Me proteger?

Eu nunca ignorei coisas que poderiam me machucar. Sabe aquele papo de "Bah, Fulano, acho melhor tu não ver isso, pra não te machucar..." . Ah pára! Deixa eu ver logo, onde tá?!

Sério, sempre fui assim. Mas... Cheguei a um ponto deste luquidificador em que me tornei em que, se eu não ignorar, não sei o que acontecerá. Pela primeira vez eu prefiro não saber, não ver, não participar. É pro meu bem, tô calejada. Não tô de fora porque quero. Isso é novo: Me abster das coisas, das vidas. Sempre meti a cara, não interessava o que fosse.

Falsidade? Fui de frente.

Mortes? Assisti.

Mas como pode... Eu, preferindo não saber, não ver, não participar. Vocês agora sabendo que eu nunca fui de fechar os olhos, podem concluir comigo: Não deixa de ser um ato corajoso preferir se abster, se tratando de alguém que nunca cogitou se abster.

E também, pela primeira vez peço comentários. Deixem aqui no blog, por favor. Eu realmente quero saber o que vocês acham: Se é corajoso ou cagão fazer isso depois de enfrentar tanta coisa. Obrigada desde já.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

MEU DIA PERFEITO

A perfeição pra mim vem acompanhada de várias coisas defeituosas. Perfeição existe quando os defeitos de algo são menores do que o que te encanta neste algo. Pra mim, né.

Aí vai minha idéia de dia perfeito:


Biii! - Faz o trânsito de PoA.

_Acorda, amor - diz meu namorado.

Cheiro do café da vizinha... Quero um também. Me desfaço do aconchego e da preguiça da cama e vou de camisetão pela casa até fazer algo útil, como lavar o rosto. Tá frio... Tô por ti, casaquinho. Piii! - Faz o microondas. Tô tri, é só tomar o café e largar. Pego o jornal assinado, dou uma olhada nas principais coisas. Um beijo na testa e outro na boca de quem se ama dando os clássicos e não tão clássicos avisos assim:

_Tem torrada no micro, amor. Tá frio. Bom jogo, com os cara da firma. Mete eles. Te amo. Muito.

Buufi!!! - Fez a porta. Porra, minha chave.. Volto, pego ela. Buufi de novo. Escadinha? Escadinha. Dar uns saltinhos pra acordar é tri; tô descendo mesmo.

_Bom dia...
_Bom dia, Sra. Nathália.

Porra, é Nathi. Nathália no máximo. Me vê todo dia e fica fazendo doce.

Ah, Porto Alegre... Ah, poluição de PoA... Se mistura com o cheiro das árvores, tí bom. Perdi meu ônibus. Tá tri.

_Eaí, gatinha, tem celular??

Não sei o que é pior: Perder meu celular louca de medo de um cara me assaltando ou ser chamada de gatinha. Isso é deprimente, brochante... Gatinha, meu, gatinha não.

Veio o ônibus, me colei. Bah, que cagaço. Pi-pi-pi - Faz o cartão TRI 'do trabalhador'. Lembrei do Marcus.

Cheguei. Converso com a Ká... Somos operadoras de tele-markenting. Quer dizer: Estamos operadoras de tele-markenting.

Almoço, cara. Sanduíche natural, suquinho de uva bem na manha. Já esquentou um pouquinho, o tempo. Vou na rua, vejo PoA a mil. Eu te amo, PoA. Saio do 'serviço', passo na lan do Zé pra escrever algo pro blog.

_Eaí, Zé!!! Como tá? Beleza? xD
_Oi.

Demonstrar afeto nunca foi o forte do Zé. Merda, caiu a net da lan. Não me pergunte como isso aconteceu logo na lan.

Porra, meu namorado ficou de me ligar. Beleza. Vou pra PUC, tenho umas 2 aulas hoje, depois passo nos guri.

Brhbrhbrh! Vibrou.

_Oi Bruna, eaí, guria?!
_Eaí, meu, pode passar aqui pra me eu ver tua música?
_Bah, hoje vou passar nos guri... Tô no bus pra PUC, agora. Amanhã dá?
_Aham, certo. Bj!
_Bj, flw.

Chego, entrego meu trabalho pra o sôr. Duas aulinhas, cafezinho ceeerto no final delas. Vô pros guri. Caminho, caminho...

_Ôh tio, tem chiclé? Me vê um.

Chego, converso, falo muita besteira. Comento as negociações do Inter... Xingo eles um pouco, implico, rio pra caralho, faço bolhas de chiclé. Vou pra casa... Mas antes pago contas. Tempão na fila. Então consigo pagar tudo e pegar o bus.

Desço. Compro algo pra quando meu namorado chegar. Ele vai tá cansado, com fome de mimos. Chocolate, lasanha, só o que não presta e é caro. Mas ah, o sorriso da pessoa quando recebe não tem explicação.

Mazah, solzinho bala, rapaz. Tiro o casaco, sigo com minhas sacolinhas, de cabelos ao ventinho, AMANDO ver o solzinho de outono amarelando tudo, como se ao filmar algo você colocasse na opção "sépia". São umas 5 e meia da tarde.

Brhbrhbrh! Vibrou.

_Oi, pai!... Nah, nah, tô tranquila, chegando aqui no apê... Tá, daí eu vejo o jogo aí quarta. Bj!

Elevador, elevador. Crhcrhcrh - Fez a fechadura.

_Pô, amor, já tá aí?
_Oi linda... Bah, tô podre de cansado [diz ele atirado no sofá]

[Bj de 10 min.]

_Bââm... Esqueci de ti ligar!
_Beleza. Trouxe choco e lasanha.
_Hummm. Brigada, amor. [diz ele me nocautiando com o sorriso do qual eu me referi]

Tomo banho. Comemos. Ligo a TV, tem desenho, tá beleza. Enquanto meu namorado descansava em meu colo debaixo da minha mão que passeia sobre ele, eu olho o desenho e converso com ele sobre o dia que passou. Ele não gostou do quase assalto.

Hoje tem churrasco no Fulano, vai tá a gurizada. Vamo certo. Mas antes internet, e também alguns minutos meus de solidão na janela... Cidade iluminada, correria, caos, beleza. Amo PoA.

Fomos pro churras, bebemos, rimos, curtimos os amigos pra caraaalho. Voltamos, ambos podres. Novos banhos. Ligo pra alguém da família, mas não demoro porque tenho pouco crédito. Ouço num programa qualquer que o Inter venderá mais uma jovem promessa... Mas que droga!

Preparo camadas de cobertores, sou friolenta. Ter quem se ama junto à ti na cama: Um ótimo fim de dia, não?

Perfeito... Perfeito.

sábado, 26 de julho de 2008

Miliopan e seus danos, terrenos e manas

Escrevo agora sobre o que já deveria ter escrito: As rodas de Magic e a dor. Muitos sentimentos permeiam em mim agora. Raiva, tristeza, esperança, otimismo. Bom, o otimismo está sempre presente, não importa a merda em que eu esteja.

Momentos difíceis vieram junto com o descobrimento das rodas de Magic. Eu precisava não me deixar só, então procurei meu amado/parceiro/amigo/idolatrado Gutier: O que seria de nós sem as porras dos amigos? Eu, com toda a certeza que possa existir, não seria merda nenhuma.

Cheguei lá e conheci vários novos guris, todos bem diferentes de mim, bem como alguns já conhecidos. Lembro agora por nome de Wolvie, Thy (o cara mais sensível que eu já conheci) e Kakashi. Já conhecia o Zé (normalmente o dono da casa) e o Kleiton de longa data. O Gutier foi, é e SEMPRE será meu parceiro (muita gente tem medo de usar a palavra sempre; uso sem pudor: SEMPRE) . Aos outros que não lembro o nome: Desculpa.

Confesso que é meio chato esperar o jogo se acalmar pra poder conversar com eles olhando em meus olhos... Mas é tri. Estes encontros durante a tarde para jogar algo que não me atrai foram e são improtantes pra mim. Importantes pra eu não pirar comigo mesma, importantes pra comer Miliopan. E, como sempre, ser a única fêmea - fora as cadelas do Zé - à frequentar as reuniões.

Estes guris, em sua maioria, são escondidos do padrão. Escondem-se dentro das reuniões de Magic. Já o Kakashi , rsrsrs, se liberta no Magic. Não tem como não rir do Kakashi. Não tem como não rir imaginando a famosa história dele num grenal... Apanhou de uma das torcidas - agora não lembro qual - tentando convencê-los de que era do Amazonas, e por isso não tinha preferência. Detalhe: É verdade, ele é de lá!

Ás vezes eu me assusto com eles. Alguns parecem ter seu próprio mundo, paralelo ao nosso. Então lembro de todos eles fantasiados numa festa aqui do bairro, dançando ao som de "Eu só quero é ser feliz, morar tranquilamente na favela onde eu nasci..." e já não me assusto mais.

Eu tenho muitos motivos pra ter dor, mas nenhum justifica o fato de escrever sobre ela. Simplesmente é tudo muito massacrante, e eu não sou mazoquista: FODA-SE a dor, e eu não vou dar ibope à ela.

Serei eu a úncia certa das rodas de Magic ou o fato de estar entre eles prova que também não sou certa? Certos ou não, eu gosto desse envolvimento. É bom estar com eles. E aguardem: Em breve, o funk do 2 em romanos! Rsrs...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O tesão da malandragem

Tenho agora muitas coisas a fazer. Nem tantas, mas exigem a Nathália teórica, não essa malandra de agora com cara de Casablancas, do Strokes.

Tenho metade de um jornal para produzir, sendo que estou enrolando com esta apresentação há tempo suficiente para não ter mais tempo de adiar. Tenho que fazer uma redação para uma disciplina do colégio. Tenho que criar algo pertinente para o blog.

Pois bem. Isso tudo não é o que eu queria? - Vejo agora o Casablancas cambaleando no clipe de Last Nite, esse sabe das coisas. - Então! Reparem, são apenas deveres que me fascinavam (calma, ainda fascinam) e que eu deveria estar disposta à fazê-los. E o leitor, leva ou deixa os patos? É que cara, o que nos move são a dúvida e o medo.

Seja a dúvida de querer abrir a porta para ver o que tem do outro lado, seja o medo do que possamos encontrar. Eu tinha dúvidas quanto ao meu talento pra esse tipo de trabalho, mas só de ter dúvidas eu já me desafiei a conseguir. E tenho medo de não passar de uma guria de 17 anos pilhada com fome de jogo, vida agitada, bola rolando.

Vejam vocês, as coisas podem e, quase sempre, perdem a graça, se não acompanham o resto das coisas. Se o que se tem de mais verdadeiro acaba, por que meu tesão profissional não pode dar um tempo? Tudo, infelizmente, tem validade. Este post, por exemplo, já era.

sábado, 12 de julho de 2008

Sexta-feira à noite

Baita mão, Ceci. Regada à um pretinho quente, vestindo minha camisona do Inter e mais nada (bah, do tempo em que éramos patrocinados pela Adidas e Aplub), tô ouvindo Maybe tomorrow do Stereophonics pela trocégima vez. Ceci me emprestou uns exemplares da Noize, cuja eu só lia quando encontrava naqueles morrinhos de revistas de consultórios médicos. Tardiamente - ou não, já diria Tiago C. - descobri o jornalista Alisson Avila, a Camila Farina, diretora de projetos da "Maria Cultura" (perdoem a ignorância, não sei que porrinha é essa, com todo o respeito) e o escritor Marcelo Benvenutti.

A Camila falou sobre a comunicação em Cuba, totalmente controlada. E eu me junto a ela na pergunta com que ela fecha seu artigo: "Isolados estavam eles, ou estamos nós, no meio de tanta informação?"

Foi muito atraente a história de Marcelo B., contando um pedaço de uma noite (ou dia) qualquer, em Poa. Não havia nada de "Porra, olha isso!" mas trouxe algo muito honesto e cativante a tudo.

Mas quem me fez pensar "Nossa, olha que afudê que é esse cara, a visão dele, essa porra de artigo!" foi o Alisson Avila. Ao lado do título deste artigo havia a recomendação "Para ler ouvindo: Racionais mc's". É, eu não te dei a honra: Já perdi a conta do quanto escutei Maybe tomorrow;tá no repeat. Cara, o texto foi me levando, levando... Até que no auge da comparação dele com SP e Poa, ele citou os bairros Bela Vista, Menino Deus e Lindóia. Aí eu me senti com os olhos dele. Não, eu não moro nem morei em nenhum destes bairros, mas simplesmente amo o bairro Lindóia. Amo a maneira como as ruas são dispostas, as praças, os amigos de lá... Frequento. Ninguém paga o sol do entardecer batendo lá. Só eu sei o quanto isso me satisfaz.

Li e adorei ter lido o que invadiu meu cérebro. Só minha bunda que não apreciou muito, tô há horas aqui;relativamente parada.
Várias novas coisas entraram no meu pequeno quarto interno de conhecimento, vários conceitos novos, novos pontos de vista, aprendi pra caralho. Só não estou conseguindo transportar pra este lugar, escrevendo agora. Mas está sendo uma ótima e não convencional noite de sexta-feira: Baita mão, Ceci!

Maybe tomorrow de novo. Penso tantas coisas, tenho tantas sensações, sou uma guria muito viva. Extrema. Eu não caibo em mim. Eu quero é isso! Cara, não se tem noção do quanto eu aprendi achatando minha bunda nessa cama rodiada de revistas, e eu só quero esse gostinho de "tem gente viva que nem tu, guria!".

" ♪ So maybe tomorrow I'll find my way home... ♪ ". Estar VIVA, rindo ou chorando, sempre Nathi, fascinante, imponente! É, pessoas assim são propenças a sofrer mais, quando as coisas não vão bem. Mas ah, eu não quero me neutralizar, ser centrada nas emoções. Eu sou organizada quanto à isso, e assim eu já me basto. Façamos o diabo à quatro pelo que defendemos! E porra, vamo lá, vamo sentir, falar qualquer coisa, assistir o entardecer, sem muita leveza e sim muita entrega! Vamos dormir.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ela segue

E lá vai
Um motivo de admiração, lá vai
São os alvos, a vida
São lindas


Veja esta
Esta que se vai, logo ali, teu corredor
Ela não caminha,
Ela desfila e decreta.
Tac, tac, tac
Ela tem certeza, ela sabe o que quer.
E se vai... Linda mulher.


Olhar doce, expressão forte, boca com dono quando e como quer
Medos? Sim,sim.
Mas seguem;porque sabem que têm de seguir.


Tac, tac, ela vai
Jeans colado, calçados não importam
Até a mais imponente das mulheres continua imponente de rasteirinha
Ela segue erguida
Não se prende, está confortável, não usa cinto
Ela já tem seus próprios limites
Seus sorrisos, seu cheiro inconfundível


Mulher não fica só;ela espera
Espera e procura
Procura e acha
Cheiros mil, ela pode querer todos
Cheiros mil, ela pode escolher um.
"Com o homem certo, mulheres brincam de qualquer coisa"
Brincam sim.
Brincar é subjetivo...
Brincar abrange desde cócegas até libidinagem


Elas são sensíveis e fortes
São carinhosas, sem cansar.
Têm muitos defeitos
Tipos mil
Longe da perfeição
Se vão, junto com o vento
Tac, tac, tac
Se vão.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Libido

'O que difere o sorriso da provocação
O que difere a fala do convite do lábio
O que difere chamar e insinuar
Libido

O olhar convoca, a mão executa
Não separe o corpo, isso é uma luta
Quanto mais perto melhor
Libido

Não é perfume, não é roupa conceituada
É cheiro, é pele, alma abrigada
É a melhor grife
Libido

É lábio mordido, calçado jogado
Não é negócio, é corpo entregado
É cabelo puxado, nome dito
Não é bobagem, é libido!'

Música e letra por Nathália Bittencurt.

domingo, 22 de junho de 2008

Não ao conformismo

A Ká é a amiga q eu mais admiro. É sim.

Sempre que se referem à Beth todo mundo faz cara feia;como se lá só existissem pessoas de baixo nível cultural e sem perspectivas d vida. Eu gosto de morar aqui, mas não vou comprar essa idéia porque sei que seria melhor poder morar em outro lugar. A maioria das pessoas que aqui moram são conformadas com a vida que aqui se leva. Acham que se seus filhos conseguirem empregos simples em "lojas" ou "mercados" em geral isso será o suficiente. Estão conformadas com essa vida sem muitas opções. Estudar no Poli, ficar na praça 21 no fim de tarde ou nas Lans e no findi dar banda no shopping Lindóia. Esa rotina simples é muito pouco pra mim. Meu lugar não é nessa conformidade.

Depois que terminei meu ensino fundamental no colégio Araujo, decidi acabar com essa vidinha elizabetense e me juntar a minoria q mora aqui mas tenta vencer;que concorda comigo achando que podemos sim, com muito esforço, melhorar e reverter essa situação de dificuldades. Não me conformo com esse acomodamento. Essa minoria vem crescendo: é só pegar o Beth das 7h e ver vários jovens e suas mochilas escolares, que escolheram estudar em colégios públicos de outras localidades e fazer cursos em outros bairros de Poa, como eu, ao invés de ficar no Poli e não sair desse circuito. Tudo bem, nem todos têm essa opção, pois estudar longe custa. Mas tem muita gente que pode escolher e desperdiça esa oportunidade por simples preguiça.

Pra ñ ficar só falando de minhas escolhas, cito o exemplo da Ká. Ela esteve comigo no Araujo também, e abraçou minha escolha. Estamos juntas no Becker; nos despencamos daqui todo dia d manhã. Até pouco tempo atrás, ela fazia curso d inglês e violão; No ano de 2007, ela fez um curso gratuito de desenvolvimento d softwear. Detalhe, é em Guaíba. Ela largava todo dia do Becker até a Farrapos, pegava o bus pra Guaíba, de lá pegava outro até o curso, passava a tarde lá e muitas vezes, à noite, ainda ia até Canoas trabalhar como babá. Hoje ela continua estudando no Becker, trabalha como operadora de telemarkenting à tarde e faz curso de inglês aos sábados.

É isso q admiro nessa minoria de elizabetenses, o pensamento de que podemos melhorar d vida, mesmo que pra isso precisemos estudar longe, pegar o bus várias vezes ao dia e trabalhar muito. É isso q me move: O IDEALISMO e a DETERMINAÇÃO.

[Criado em 2/12/2007. Só pra constar.]

sábado, 21 de junho de 2008

Idolatria

♪ "Glória para o meu herói, abandonando todos os melhores
você conhece meu herói, aquele que está por cima
Lá vai meu herói
Observe-o enquanto ele se vai
Lá vai meu herói
Ele é como eu e você" ♪

Tradução de 'My hero' , Foo Fighters.

Ídolos, aspirações, sonhos, vontades. O que me faz crer, e o pior, achar estar certa ao almejar parecer com eles, meus ídolos? Seria muita pretensão ou um típico apequenamento humano? É muito óbvio dizer que não sei, de outra forma não estaria perguntando.

Certa feita encontrei-me com um de meus ídolos num não tão famoso shopping da Capital que se diz o ponto de encontro da zona norte. Pois sim, é o ponto de encontro. Só disto mesmo. Naquele momento não pude deixar de reparar em minhas próprias reações ao vê-lo: "Não... Será??" pensei com meus cadarços. Resolvi ir atrás, e quando me aproximei tomei aquele ar de educação típica de quem não sabe o que falar e abordei-o. Baita guriazinha. Ele fez o que qualquer louca no meu lugar gostaria que ele fizesse, e isso basta.

Até espontânea foi minha reação. Mas onde quero chegar com essa bobagem toda é que, para atingir nossos objetivos é preciso ser um pouco idiota, na vida. No caso, para chegar aos nossos ídolos.

Tarde memorável foi aquela. Poderia eu aqui me estender com detalhes, contar como percebi a presença do homem lá... O que ocorre é que isso não é necessário, acreditem. Mas sentencio que Ribeiro Neto deve ter me achado no mínimo engraçada, naquele dia frio de junho.
[Isso ocorreu em junho de 2007, e o texto criado em 28 de maio de 2008, 18:20. Só pra saber.]