quinta-feira, 29 de julho de 2010

Desperdício realista

Sinto os pontos que amarram as carnes de minha boca se cerrarem ainda mais... Sinto minhas carnes estranguladas, latejando pouco a pouco; minha cabeça reclinada, assistindo tudo e todos, meus olhos parados. Refém de mim, das linhas que supostamente e provavelmente cicatrizarão minha boca, da inércia dos meus pensamentos.

Tenho pensado muito sobre o tempo que desperdiço. E desperdiço, justamente, ao pensar. Tão só e rapidamente alguém pode pensar em como, em quais, em quê... A fucking waste of time.


Pára tudo: Drika ligou. Hora e vários minutos no telefone.


Revejo e repenso agora! Sem desperdiçar nada. Absorvendo tudo na mais fina flor do desprendimento e ligação fraterna da amizade. Desabafei meus problemas iniciais, chegamos à conclusão de que isso é assim mesmo, problemas criados femininamente, em que os culpados sempre portam genes XY. Problemas que inventamos – eu particularmente crio muitos deles. Ainda bem que trato de desolve-los rápido assim que recobro a consciência.


Muitas reflexões, como assim deve ser pós ler Memórias Póstumas de Brás Cubas. No final das contas gostei, gostei mesmo... Confessando que muito do apego ao livro foi pela estória enrolada dele com Virgília. A princípio julguei Brás Cubas um homem repugnante, egoísta. Dei-me então pela essência de todo o embromo, da inauguração, apresentação e causa da obra: Realismo. O cara era um ser de defeitos comuns, sonhos medíocres e um retrato fiel – como todo bom personagem realista.


Por hora vejo também que Drika precisa de boas Keep’s, cevas e Pringles (exatamente como eu). Acertado, semana que vem quando eu dispuser de melhor condição monetária. Só espero um lugar novo, uma caminhada nova, com nossas análises usuais. Alêás! Drika, não se sinta assim... Ser tu do jeito que és te trouxe até aqui, com todas as dores e delícias. Assim como yo.


E eu? Pois é, e eu... Eu tô aqui. Louca de vontade de dormir em cima do peito do meu namorado. Pena que vai demorar.