quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um belo cuspe na cara!

Não é preciso se esforçar muito pra entender como as coisas caminham a passos lentos e curtos no sistema. Qualquer sistema. Principalmente no que diz respeito as apurações, reivindicações, satisfações, algo que inspire conceitos de JUSTIÇA.
A caminhada nessa história toda que envolveu Yeda foi árdua. O foco não era só esta mulher, era quem a cerca, era a corrupção, eram todas as falcatruas que aconteciam - e acontecem diariamente, hora após hora, neste instante, no meio do nosso agora - enquanto os eleitos nada faziam, por n motivos.

Talvez eu tenha entrado no meio do bonde, mas lembro bem de junho de 2008 quando acompanhei os estudantes que pediam os 44 milhões do Detran de volta. A partir daí a imagem do governo foi lama a baixo, nossas manifestações ganharam força não só com a mudança da enturmação no começo daquele ano mas sim também com a greve dos professores em novembro, greve que achei extremamente necessária. Era um momento crucial, era ali ou não era mais. Pontos foram cortados, arroxo salarial contínuo e professores totalmente desvalorizados. Porra, eu só me indignava mais e mais, cada vez mais. Peguei pra mim a raiva de quem estudava em escola de lata, de quem não tinha a menor expectativa tanto dando aula quanto tentando aprender.
O ano virou, concluí minha etapa no ensino médio e dei de cara com o aumento nas passagens de ônibus em Porto Alegre. My gary, milhares de pessoas usam diariamente o transporte público, seja para estudar, seja para trabalhar, seja para procurar um bendito emprego - esse era o meu caso. O aumento é de centavos anuais, só que eles refletem muito mais no nosso bolso do que na eficiência do transporte, no bom estado dos ônibus, na rapidez de um transporte que deveria ser uma alternativa urbana não só de desafogar o trânsito, mas também ambiental tendo em vista a poluição. Gastando esse abuso em passagens eu saia em direção à nossa Esquina Democrática protestar. Uma palha movida por nosso prefeito poderia barrar os acordos com as empresas e junto com elas o aumento nas tarifas. Isso não aconteceu.

Sim, falei agora de algo que não diz respeito à Yeda, e sim ao Fogaça. Mas também falei lá atrás que meu foco eram todas as coisas que eu achava falcatrua. Este mesmo bom moço Fogaça que há alguns meses chamou a população para votar num "plebicito popular" sobre determinado espaço a orla, que na realidade de popular NÃO TEVE NADA, visto que vários postos de votação no dia da consulta popular simplesmente não abriram. É, não abriram. Fui votar em meu posto e os funcionários disseram que não foram orientados sobre nenhuma votação. Fui em outra escola que era ponto oficial da consulta, e ela também estava fechada. Denunciei, ÓBVIO. Felizmente o resultado foi favorável e sensato, com o pesar de não ter contado com todos os votos pretendidos.

Antes de toda essa salada muita coisa aconteceu fora do cerco da prefeitura, agora voltando ao Piratini. Não vou ficar contando as denúncias contra nossa querida governadora, fatos esses que cansaram de vir a público, inclusive nacionalmente na revista Veja. Não lembro quantas vezes fui até os colégios mobilizar, chamar para os atos, reunir a direção da escola. Não lembro quantos atos e falas foram, lembro sim de me manifestar dentro da Assembléia. Foi massa. Só que essas lembranças nada adiantam diante desta certeza: houveram, diante da enorme população do estado, poucas pessoas junto comigo. E isso foi o que não saiu da minha cabeça quando li nas manchetes dizendo que o pedido de impeachment havia sido arquivado.

Portanto, não foram só a lentidão e as amarras do sistema que garantiram a votação parcial do plebicito por baixo dos panos, que garantiram o aumento das passagens (que é anual), que garantiram a sobrevivência de Yeda no poder. Pra mim, se houvesse uma verdadeira mobilização popular, não haveria brecha ou aliança q sustentasse os corruptos no poder.

Acho que não preciso dizer que a luta não acaba aqui, preciso? O que preciso mostrar é que o ser humano não tem limites. São algumas integrantes do governo se emocionando, no pronunciamento de Yeda hoje pela manhã, após o arquivamento do processo de impeachment:

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

mode ON

Ôh meu blogzinho... Coitado de ti.

Digo que vou vir aqui fazer e acontecer mas no final das contas é sempre em ti que eu vomito. Seria bom se fosse só em ti que eu vomitasse. Mas ainda não cheguei lá; ainda não consigo ficar em silêncio dentro desse liquidificador que é minha cabeça. Fico quieta por alguns minutos, dali a pouco espirra algo pro lado, uma palavrinha aqui, um corte ali, uma grosseria acolá. Segundos depois me dou conta, só que já foi dito, já foi feito. Chorar não é proveito.

No auge da pilha quase tremo. É, tremo. Aquele ato de estender a mão pra ver se você está tremendo ou não: eu faço e não a vejo firme. Estora uma herpes. Na pior das fases, gastrite emocional. E então um momento de lucidez, decido recuperar o controle, aulas estão por vir e se é pra entrar numa sala e ficar com o liquidificador ligado, é melhor não entrar. Eu entro.

Será apenas uma fase de preocupação, uma fase ruim? Será TPM? À essas alturas eu amaria ter uma bela TPM, surtar de cólicas e sangrar beirando a uma hemorragia. Hehehe acredite, eu ficaria muito feliz com isso.

Depois de vomitar o alívio é tão certo quanto o gostinho de menta na boca após a escovação. Ufa.