E se eu contar? Contar todas as situações, coisas que só eu vi. Será só um relato, no máximo um fato. Não tirará essa persistente sensação de insatisfação do meu peito.
Mania tenho eu de usar as palavras como válvula de escape... Quando bem menor tinha diários pra contar o que só eu poderia saber, que se transformaram em versões musicais, depois em música própria e agora um blog no qual conto muito do que se passa, mas nem perto de tudo que realmente acontece. Sempre tudo à mil.
Embora sempre voando sem sair de si, não é muito difícil chamar minha atenção. É aí que derrapo nas avenidas. Ou me entrego ou mal olho direito. Extrema, sem um pingo de equilíbrio. Quando caio, caio mesmo, tão fundo que muitos nem me enxergam. Porém isso é ótimo quando a maré está a favor, gente assim aproveita tudo até o último segundo, e eu sou daquelas que rapa o pote.
Ruim, não poder abrir. O que eu quero contar? Tudo. Como cheguei até aqui, de unhas vermelhas, um princípio de dor de garganta, faminta, vestindo uma calça rasgada, um sutiã velho preto e um chinelo de pano rosa claro em frente à tela do pc. São tantas coisas, tantos anseios. É preciso entender o porquê da impotência de realizá-los e recolhê-los à onde vieram.
Que sede de tudo, que felicidade em estar viva, ser quem sou. Assim eu sigo... O suficiente é pouco pra mim, e os fracos que se retirem.
Um comentário:
gostei, quando a noite passa arrastada sei bem como é... pior pra mim que sou sexo oposto e teoricamente forte pra não escrever diários... ainda bem que inventaram essa história de blog... abraço. Edu
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