quinta-feira, 23 de julho de 2009

Gabarito

Faz tanto frio em Porto Alegre, e eu estou sem paradeiro... Isso é um desabafo, sem pretenção alguma.

Sem paradeiro. Como qualquer ser humano minha vida é ditada pelos horários, que me permitem ou não fazer qualquer coisa. Pelo menos de segunda à sexta. Trabalhar e ir estudar não seria incômodo algum, se durante esse vai e vem eu não tivesse que prestar contas à sociedade. É, contas. Chego no escritório e sempre haverá alguém pra puxar uma conversa, em outras palavras encher meu saco. Ligações inoportunas também me enchem demais o saco, e nisso eu corto sem pena. Em casa minha família ficou sem mim o dia todo, querem que eu converse pelo menos.

Argh.

Quem me conhece sabe, eu AMO conviver, falar, falar muitas besteiras, dar atenção... Mas não quando estou concentrada! Isso me torra. Também me estressa a saudade, mas com essa eu tô me acostumando.

Atravesso uma semana de Simulado em meu cursinho, e eu sei que não estou indo bem como poderia. Dou sorte agora de não ter nada com urgência pra fazer e poder estudar, porém bah... Ao chegar na metade da prova (que realizo sempre à noite) o desgaste é tão grande, não por ter que ler as questões e pensar, e sim pela bolha no pé, pelo olho que não pára fechado desde as 7h e meia da manhã... Podem me xingar o quanto quiserem sobre "as pessoas que acordam muito mais cedo; as pessoas que se esforçam muito mais; as pessoas que blábláblá". Porra, eu não tenho mesmo como saber a sensação de estar no lugar dessas pessoas, porque NÃO ESTOU. Eu tô falando do meu umbigo.

Agora minha amiga Dábila me diz, "escolhas né nathi :) tu sabia que não seria fácil :) ". Com certeza eu sabia. E como disse, meu problema não é com a rotina puxada, e sim com essas coisinhas de ter que falar com as pessoas, da trela, quando toda a minha energia está voltada pra cumprir o que eu me submeti.

Egoísmo? Tô sem condições pra pensar se sou ou não sou, devo ou não devo. O que eu acho é isso aí mesmo, dos meus trocos eu que sei.

Livros de biologia, geografia e química me esperam, tchau! Ái como é bom escrever *.*

quarta-feira, 15 de julho de 2009

No nosso balanço a podridão cai

“O teu futuro é duvidoso Eu vejo grana, eu vejo dor No paraíso perigoso que a palma da tua mão mostrou”. Os estudantes, ao longo da história, sempre mostraram a cara e souberam o que queriam nas horas decisivas. Atualmente, nada menos do que inúmeros descasos com a educação e nomes envolvidos em escândalos de corrupção despertam a rebeldia dos jovens do Rio Grande do Sul.

“Não ligue pra essas caras tristes fingindo que a gente não existe Sentadas são tão engraçadas, donas das suas salas”. Para os conformados, o comum não é lutar pelo o que é nosso, exigir o correto uso do poder. O comum é nos interpretar como massas de manobra, ignorar nossas vozes e continuar a pagar o preço dessa alienação calado. Quem cala consente, e fechar os olhos frente à desastrosa situação da educação é desejar que assim as coisas permaneçam.

“Quem vem com tudo não cansa... Quem tem um sonho não dança... Por favor, me avise quando for embora”. A mobilização, em seu sentido mais literal, tem o objetivo de não parar, e por consequência só crescer. Ela se faz necessária a cada barreira encontrada, a cada veto, a cada “não” taxativo recebido. Essa inquietação, nos dias de hoje, não poderia vir de outro lugar senão do movimento estudantil. Se somando a cada opinião formada, jovem conscientizado, apito soado e cara na rua, não há como não vencer os obstáculos. Massa de manobra? Não: massa da força, que no nosso embalo vai derrubar a podridão do palácio.

Frases retiradas da letra de “Bete balanço”, Cazuza.

Texto publicado em 10/7/2009, no blog http://www.caraspintadasrs.blogspot.com/.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Tiago Ceccon

Obrigada, acaso. Através de ti encontrei - há uns dias, é verdade, porém só agora noticio - Tiago Ceccon nas ruas do centro. Meio no Chalé, meio no Mercado Público, meio na Voluntários.

Perguntei se ele leu meu post (aquele, o "Se cuidaU2"), ele disse que sim. Porém não comentou nada neste encontro e nem por nenhuma alameda virtual. Me abraçou como sempre faz. Foi suscinto como sempre é. Me fez, ainda mais, ter a certeza de que nossa amizade está longe do natural... Vivemos perto e longe, bem demarcadamente separados e, eternamente, juntos. Velho Mestre Motoqueiro.