segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Vou te dar a morta"

Era mais uma de minhas empreitadas. Uma das grandes.

Sexta-feira (28/11/2008) fui convidada para uma reunião na sede do PSOL, por causa dos atos e tals. Ok, peguei endereço, era certo que ia. E eu ia. Tenho muita curiosidade pela Cidade Baixa, esse lados de lá.

Não sabia como chegar, até perguntei aqui em casa se tinha algum ônibus que me deixasse mais perto do que o que pego, que me deixa ao lado do camelódromo. Não rolou então fui nesse mesmo. Perguntando para todos que me parecessem confiáveis, fui. Um cara me disse pra ir pra uns lados de lá que eu sabia que estavam errados, e ele me disse convicto. Eu só pensava 'eu sei que não é pra lá, seu filho da puta'. Um outro cara, bem gente, me guiou melhor. E depois de falar, refletiu e viu que tinha explicado de um jeito confuso, então disse "Vou te dar a morta..." e indicou um jeito fácil. Estava longe do meu destino mas fui, com minhas passadas iluminadas pelo forte sol daquela tarde. Tava quente.

Marechal a cima, mais informações pedidas, rua a baixo, Opinião em vista, eram só mais duas quadras... E eu colocando os bófis - não quero nem aprender como se escreve bófi - pra fora. Vi ruas das quais tu não encontrarias na zona norte. Não, não, não na zona norte. Eram pessoas diferentes, com toda a certeza. Sim, é uma visão de guriazinha da zonta norte; minha visão, mas tenho que contar. Me deslumbro com coisas deste nype - nype eu quero saber: é assim? - Gente bem diferente, pessoas alternativas, em outra órbitra. Algumas quadras caminhando, avistei o Armazém da Esquina, que tinha uniformes e utensílios do Café Bom Jesus (vai entender...) , e um baita atendimento. Adorei o lugar, e como todo bom estabelecimento da Cidade Baixa, tem suas mesas na calçada.


Sim, eu tirei uma foto na moita.

Meus olhos arregalados, meu encantamento, e tudo mais o que eu sentia por estar ali conhecendo coisas novas, não me deixaram ficar nas mesas da calçada. Fiquei lá dentro. E, alguém lembra do Café no BIG, numa tarde tediosa de Olimpíada? Optei de novo pelo branquinho, com um café preto. O branquinho? Bem melhor do que o do BIG.

Eu tava ali sozinha, tomando um café muito bom num lugar encantador - já diria a Dábila. Cara, isso foi ótimo. Paguei o troço, algo não tão agradável quanto estar ali. Fui pra sede do PSOL, que ficava quase que em frente. Fui muito bem recebida, conversei sobre os próximos passos do movimento estudantil, conheci gente habituada ao que acabara de me surpreender, e isso é um pouco estranho. O que me fazia sentir surpresa, não era novidade alguma pra quem estava ali. Concluindo el parágrafo: engatinho. Engatinho com sede.

Não sei se é ali que quero morar, não sei se ali será meu futuro Lindóia; meu xodó. Só sei que foi muito válido estar ali, chegar aqui dias depois e contar como se tivesse viajado ao exterior. Conheço bem a zona norte, no Sarandi não há ruas que eu não saiba onde acabarão... Mas lá não é meu lugar. O pequeno pra muita gente me engrandece; e o máximo de muita gente não é o bastante pra mim.

4 comentários:

Grêmio Estudantil DJB - 2008/2009 disse...

"naipe"


Um cara nunca vai admitir que não sabe o caminho. É algo a ver com a testosterona, sei lá. Mas nunca vai. E, se admitir, é gay. Com certeza.


A Cidade Baixa, depois que tu conhece ela de verdade, não é muito diferente da Norte... um pouco mais perigosa, talvez, mas não realmente diferente.

Unknown disse...

Não sabia dessa história. Acho que esqueceste de me contar. :)

Bom o texto.

P.S.: Não esqueceee de olhaaar teu e-mail por favor! Te pedi a chapinha e tal, mas lê lá :D

Eduardo Silva disse...

Ora, o que é isso guria? Porto Alegre é a cidade do meu coração. Cosmopolita e alternativa, mas o mundo é grande demais e, nós Portoalegrenses, ainda temos essa coisa bairrista de achar sempre coisas novas neste mundo tão limitado. Já cheguei ao absurdo de buscar comparações em cidades de outros países e até encontrá-las. Depois descobri que somos PortoAlegrenses e não Brasileiros. Somos um mundo diferente. Mas isso não quer dizer que nosso mundo seja a palma de nossa mão... sempre há pessoas, bares, ruas, bairros e quem sabe mundos diferentes ao nosso redor que - como diria a minha irmãzinha - são encantadores. Mas não nos impressionemos tão fácil. Ô mundão...
Ainda sinto saudades do chimarrão na redenção e, como diria Kleiton e Kledir, da galera no Beira Rio, mas nada como deixar pra trás as coisas de sempre e passar a ver o mundo por outro canal.

Abraço de sempre.

Edu Silva

b disse...

Cidade baixa é encantadora. Até o começo desse ano eu não conhecia muito do bairro, não de dia ao menos. Eu só saía a noite, nos barzinhos. Agora já conheço quase tudo por ali, e mais adiante, a "zona sul". O bom é conhecer pessoas que moram por perto, ou que saem bastante por lá, aí tu se gruda nelas e só vai! Hah.

E por sinal, existe movimento estudantil? Como é que é essa história aí de PSOL e ME? Fiquei curiosa.

Beijo, Bianca.