quarta-feira, 30 de julho de 2008

MEU DIA PERFEITO

A perfeição pra mim vem acompanhada de várias coisas defeituosas. Perfeição existe quando os defeitos de algo são menores do que o que te encanta neste algo. Pra mim, né.

Aí vai minha idéia de dia perfeito:


Biii! - Faz o trânsito de PoA.

_Acorda, amor - diz meu namorado.

Cheiro do café da vizinha... Quero um também. Me desfaço do aconchego e da preguiça da cama e vou de camisetão pela casa até fazer algo útil, como lavar o rosto. Tá frio... Tô por ti, casaquinho. Piii! - Faz o microondas. Tô tri, é só tomar o café e largar. Pego o jornal assinado, dou uma olhada nas principais coisas. Um beijo na testa e outro na boca de quem se ama dando os clássicos e não tão clássicos avisos assim:

_Tem torrada no micro, amor. Tá frio. Bom jogo, com os cara da firma. Mete eles. Te amo. Muito.

Buufi!!! - Fez a porta. Porra, minha chave.. Volto, pego ela. Buufi de novo. Escadinha? Escadinha. Dar uns saltinhos pra acordar é tri; tô descendo mesmo.

_Bom dia...
_Bom dia, Sra. Nathália.

Porra, é Nathi. Nathália no máximo. Me vê todo dia e fica fazendo doce.

Ah, Porto Alegre... Ah, poluição de PoA... Se mistura com o cheiro das árvores, tí bom. Perdi meu ônibus. Tá tri.

_Eaí, gatinha, tem celular??

Não sei o que é pior: Perder meu celular louca de medo de um cara me assaltando ou ser chamada de gatinha. Isso é deprimente, brochante... Gatinha, meu, gatinha não.

Veio o ônibus, me colei. Bah, que cagaço. Pi-pi-pi - Faz o cartão TRI 'do trabalhador'. Lembrei do Marcus.

Cheguei. Converso com a Ká... Somos operadoras de tele-markenting. Quer dizer: Estamos operadoras de tele-markenting.

Almoço, cara. Sanduíche natural, suquinho de uva bem na manha. Já esquentou um pouquinho, o tempo. Vou na rua, vejo PoA a mil. Eu te amo, PoA. Saio do 'serviço', passo na lan do Zé pra escrever algo pro blog.

_Eaí, Zé!!! Como tá? Beleza? xD
_Oi.

Demonstrar afeto nunca foi o forte do Zé. Merda, caiu a net da lan. Não me pergunte como isso aconteceu logo na lan.

Porra, meu namorado ficou de me ligar. Beleza. Vou pra PUC, tenho umas 2 aulas hoje, depois passo nos guri.

Brhbrhbrh! Vibrou.

_Oi Bruna, eaí, guria?!
_Eaí, meu, pode passar aqui pra me eu ver tua música?
_Bah, hoje vou passar nos guri... Tô no bus pra PUC, agora. Amanhã dá?
_Aham, certo. Bj!
_Bj, flw.

Chego, entrego meu trabalho pra o sôr. Duas aulinhas, cafezinho ceeerto no final delas. Vô pros guri. Caminho, caminho...

_Ôh tio, tem chiclé? Me vê um.

Chego, converso, falo muita besteira. Comento as negociações do Inter... Xingo eles um pouco, implico, rio pra caralho, faço bolhas de chiclé. Vou pra casa... Mas antes pago contas. Tempão na fila. Então consigo pagar tudo e pegar o bus.

Desço. Compro algo pra quando meu namorado chegar. Ele vai tá cansado, com fome de mimos. Chocolate, lasanha, só o que não presta e é caro. Mas ah, o sorriso da pessoa quando recebe não tem explicação.

Mazah, solzinho bala, rapaz. Tiro o casaco, sigo com minhas sacolinhas, de cabelos ao ventinho, AMANDO ver o solzinho de outono amarelando tudo, como se ao filmar algo você colocasse na opção "sépia". São umas 5 e meia da tarde.

Brhbrhbrh! Vibrou.

_Oi, pai!... Nah, nah, tô tranquila, chegando aqui no apê... Tá, daí eu vejo o jogo aí quarta. Bj!

Elevador, elevador. Crhcrhcrh - Fez a fechadura.

_Pô, amor, já tá aí?
_Oi linda... Bah, tô podre de cansado [diz ele atirado no sofá]

[Bj de 10 min.]

_Bââm... Esqueci de ti ligar!
_Beleza. Trouxe choco e lasanha.
_Hummm. Brigada, amor. [diz ele me nocautiando com o sorriso do qual eu me referi]

Tomo banho. Comemos. Ligo a TV, tem desenho, tá beleza. Enquanto meu namorado descansava em meu colo debaixo da minha mão que passeia sobre ele, eu olho o desenho e converso com ele sobre o dia que passou. Ele não gostou do quase assalto.

Hoje tem churrasco no Fulano, vai tá a gurizada. Vamo certo. Mas antes internet, e também alguns minutos meus de solidão na janela... Cidade iluminada, correria, caos, beleza. Amo PoA.

Fomos pro churras, bebemos, rimos, curtimos os amigos pra caraaalho. Voltamos, ambos podres. Novos banhos. Ligo pra alguém da família, mas não demoro porque tenho pouco crédito. Ouço num programa qualquer que o Inter venderá mais uma jovem promessa... Mas que droga!

Preparo camadas de cobertores, sou friolenta. Ter quem se ama junto à ti na cama: Um ótimo fim de dia, não?

Perfeito... Perfeito.

sábado, 26 de julho de 2008

Miliopan e seus danos, terrenos e manas

Escrevo agora sobre o que já deveria ter escrito: As rodas de Magic e a dor. Muitos sentimentos permeiam em mim agora. Raiva, tristeza, esperança, otimismo. Bom, o otimismo está sempre presente, não importa a merda em que eu esteja.

Momentos difíceis vieram junto com o descobrimento das rodas de Magic. Eu precisava não me deixar só, então procurei meu amado/parceiro/amigo/idolatrado Gutier: O que seria de nós sem as porras dos amigos? Eu, com toda a certeza que possa existir, não seria merda nenhuma.

Cheguei lá e conheci vários novos guris, todos bem diferentes de mim, bem como alguns já conhecidos. Lembro agora por nome de Wolvie, Thy (o cara mais sensível que eu já conheci) e Kakashi. Já conhecia o Zé (normalmente o dono da casa) e o Kleiton de longa data. O Gutier foi, é e SEMPRE será meu parceiro (muita gente tem medo de usar a palavra sempre; uso sem pudor: SEMPRE) . Aos outros que não lembro o nome: Desculpa.

Confesso que é meio chato esperar o jogo se acalmar pra poder conversar com eles olhando em meus olhos... Mas é tri. Estes encontros durante a tarde para jogar algo que não me atrai foram e são improtantes pra mim. Importantes pra eu não pirar comigo mesma, importantes pra comer Miliopan. E, como sempre, ser a única fêmea - fora as cadelas do Zé - à frequentar as reuniões.

Estes guris, em sua maioria, são escondidos do padrão. Escondem-se dentro das reuniões de Magic. Já o Kakashi , rsrsrs, se liberta no Magic. Não tem como não rir do Kakashi. Não tem como não rir imaginando a famosa história dele num grenal... Apanhou de uma das torcidas - agora não lembro qual - tentando convencê-los de que era do Amazonas, e por isso não tinha preferência. Detalhe: É verdade, ele é de lá!

Ás vezes eu me assusto com eles. Alguns parecem ter seu próprio mundo, paralelo ao nosso. Então lembro de todos eles fantasiados numa festa aqui do bairro, dançando ao som de "Eu só quero é ser feliz, morar tranquilamente na favela onde eu nasci..." e já não me assusto mais.

Eu tenho muitos motivos pra ter dor, mas nenhum justifica o fato de escrever sobre ela. Simplesmente é tudo muito massacrante, e eu não sou mazoquista: FODA-SE a dor, e eu não vou dar ibope à ela.

Serei eu a úncia certa das rodas de Magic ou o fato de estar entre eles prova que também não sou certa? Certos ou não, eu gosto desse envolvimento. É bom estar com eles. E aguardem: Em breve, o funk do 2 em romanos! Rsrs...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O tesão da malandragem

Tenho agora muitas coisas a fazer. Nem tantas, mas exigem a Nathália teórica, não essa malandra de agora com cara de Casablancas, do Strokes.

Tenho metade de um jornal para produzir, sendo que estou enrolando com esta apresentação há tempo suficiente para não ter mais tempo de adiar. Tenho que fazer uma redação para uma disciplina do colégio. Tenho que criar algo pertinente para o blog.

Pois bem. Isso tudo não é o que eu queria? - Vejo agora o Casablancas cambaleando no clipe de Last Nite, esse sabe das coisas. - Então! Reparem, são apenas deveres que me fascinavam (calma, ainda fascinam) e que eu deveria estar disposta à fazê-los. E o leitor, leva ou deixa os patos? É que cara, o que nos move são a dúvida e o medo.

Seja a dúvida de querer abrir a porta para ver o que tem do outro lado, seja o medo do que possamos encontrar. Eu tinha dúvidas quanto ao meu talento pra esse tipo de trabalho, mas só de ter dúvidas eu já me desafiei a conseguir. E tenho medo de não passar de uma guria de 17 anos pilhada com fome de jogo, vida agitada, bola rolando.

Vejam vocês, as coisas podem e, quase sempre, perdem a graça, se não acompanham o resto das coisas. Se o que se tem de mais verdadeiro acaba, por que meu tesão profissional não pode dar um tempo? Tudo, infelizmente, tem validade. Este post, por exemplo, já era.

sábado, 12 de julho de 2008

Sexta-feira à noite

Baita mão, Ceci. Regada à um pretinho quente, vestindo minha camisona do Inter e mais nada (bah, do tempo em que éramos patrocinados pela Adidas e Aplub), tô ouvindo Maybe tomorrow do Stereophonics pela trocégima vez. Ceci me emprestou uns exemplares da Noize, cuja eu só lia quando encontrava naqueles morrinhos de revistas de consultórios médicos. Tardiamente - ou não, já diria Tiago C. - descobri o jornalista Alisson Avila, a Camila Farina, diretora de projetos da "Maria Cultura" (perdoem a ignorância, não sei que porrinha é essa, com todo o respeito) e o escritor Marcelo Benvenutti.

A Camila falou sobre a comunicação em Cuba, totalmente controlada. E eu me junto a ela na pergunta com que ela fecha seu artigo: "Isolados estavam eles, ou estamos nós, no meio de tanta informação?"

Foi muito atraente a história de Marcelo B., contando um pedaço de uma noite (ou dia) qualquer, em Poa. Não havia nada de "Porra, olha isso!" mas trouxe algo muito honesto e cativante a tudo.

Mas quem me fez pensar "Nossa, olha que afudê que é esse cara, a visão dele, essa porra de artigo!" foi o Alisson Avila. Ao lado do título deste artigo havia a recomendação "Para ler ouvindo: Racionais mc's". É, eu não te dei a honra: Já perdi a conta do quanto escutei Maybe tomorrow;tá no repeat. Cara, o texto foi me levando, levando... Até que no auge da comparação dele com SP e Poa, ele citou os bairros Bela Vista, Menino Deus e Lindóia. Aí eu me senti com os olhos dele. Não, eu não moro nem morei em nenhum destes bairros, mas simplesmente amo o bairro Lindóia. Amo a maneira como as ruas são dispostas, as praças, os amigos de lá... Frequento. Ninguém paga o sol do entardecer batendo lá. Só eu sei o quanto isso me satisfaz.

Li e adorei ter lido o que invadiu meu cérebro. Só minha bunda que não apreciou muito, tô há horas aqui;relativamente parada.
Várias novas coisas entraram no meu pequeno quarto interno de conhecimento, vários conceitos novos, novos pontos de vista, aprendi pra caralho. Só não estou conseguindo transportar pra este lugar, escrevendo agora. Mas está sendo uma ótima e não convencional noite de sexta-feira: Baita mão, Ceci!

Maybe tomorrow de novo. Penso tantas coisas, tenho tantas sensações, sou uma guria muito viva. Extrema. Eu não caibo em mim. Eu quero é isso! Cara, não se tem noção do quanto eu aprendi achatando minha bunda nessa cama rodiada de revistas, e eu só quero esse gostinho de "tem gente viva que nem tu, guria!".

" ♪ So maybe tomorrow I'll find my way home... ♪ ". Estar VIVA, rindo ou chorando, sempre Nathi, fascinante, imponente! É, pessoas assim são propenças a sofrer mais, quando as coisas não vão bem. Mas ah, eu não quero me neutralizar, ser centrada nas emoções. Eu sou organizada quanto à isso, e assim eu já me basto. Façamos o diabo à quatro pelo que defendemos! E porra, vamo lá, vamo sentir, falar qualquer coisa, assistir o entardecer, sem muita leveza e sim muita entrega! Vamos dormir.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ela segue

E lá vai
Um motivo de admiração, lá vai
São os alvos, a vida
São lindas


Veja esta
Esta que se vai, logo ali, teu corredor
Ela não caminha,
Ela desfila e decreta.
Tac, tac, tac
Ela tem certeza, ela sabe o que quer.
E se vai... Linda mulher.


Olhar doce, expressão forte, boca com dono quando e como quer
Medos? Sim,sim.
Mas seguem;porque sabem que têm de seguir.


Tac, tac, ela vai
Jeans colado, calçados não importam
Até a mais imponente das mulheres continua imponente de rasteirinha
Ela segue erguida
Não se prende, está confortável, não usa cinto
Ela já tem seus próprios limites
Seus sorrisos, seu cheiro inconfundível


Mulher não fica só;ela espera
Espera e procura
Procura e acha
Cheiros mil, ela pode querer todos
Cheiros mil, ela pode escolher um.
"Com o homem certo, mulheres brincam de qualquer coisa"
Brincam sim.
Brincar é subjetivo...
Brincar abrange desde cócegas até libidinagem


Elas são sensíveis e fortes
São carinhosas, sem cansar.
Têm muitos defeitos
Tipos mil
Longe da perfeição
Se vão, junto com o vento
Tac, tac, tac
Se vão.