sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Silêncio.

Sem chão, sem eira nem beira.

Sem nada. Ninguém tá vendo, ninguém tá percebendo. Consigo desfarçar bem.

O silêncio tem dito tanto, tanto, tanto... Que eu desejaria ser surda pra não ouvir verdades tão cruéis.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Baby come back

Nesse meio tempo fui telefonista, agora sou bolsista do DCE e claro, to na Fabico (que alegria...).

Não admitir coisas e realidades pra si mesmo é uma covardia cotidiana. Pelo menos pra mim mesma. Fato.

Espero que o frio de hoje a noite não me impeça de fazer o certo. E somente pelo frio que eu posso recuar. Loco, né..

Loca to eu se não trazer a Nathi de volta.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

BiXo 2011

Já era março e eu queria mais dinheiro. Achava que o fundamental era ter dinheiro para fazer minhas coisas de fato, já que estava habituada a ter sempre meus próprios trocados. Veio um abril muito cansativo: acordar 5h30 pra bater cartão às 7h não era nada inspirador, e o Centro ficava cada vez mais frio com a chegada aos poucos do inverno. A Voluntários, a Praça da Alfândega, puta merda; aquele vento era algo triste. Fora a dor no nariz. E àquelas alturas já tinha me separado do Kavu na Dr. Flores, companhia que me aquecia até ali.


Foi abril e apenas um bocadinho de maio. “Tchau, Fulana! Preciso estudar. Beijos. Nathália.” Algo assim foi o que deixei escrito num bilhete na mesa da colega que havia me treinado. Ia ser contratada definitivamente, já havia sido comunicado a mim, depois de meu supervisor me acordar de meu pequeno cochilo pós trabalho feito. Pensei instintivamente durante aquele resto de dia e tornei a conversar com ele ao amanhecer, para explicar minhas razões e recusar a renovação de meu contrato.


Claro que deu medo. Mas não tanto.


Dias depois fui até a sede do Universitário do Lindóia, onde já havia estudado (naquelas) no ano anterior. Saquei de minha poupança o valor do curso, paguei à vista e fui intitulada Monitora Volante. Larguei um emprego de carteira assinada com todas as outras coisas que vêm com isso, mas também larguei a visão do lucro imediato. De que me adiantaria ter dinheiro para meus badulaques e... Só? Donde que eu ia passar em algum vestibular sem estudar? E como estudar num emprego que me amarra das 5h30 até 16h45? Não era impossível, mas melhor do que isso: não era necessário transformar minha vida numa maratona. Decidi viver com pouquíssimo dinheiro e algumas privações, mas servida de um bom curso, bons professores e a chance de ser aprovada na cobiçada UFRGS.


Tem que ter paciência. Não deixar a loucura tomar conta. Óbvio que deixei ela tomar conta em várias vezes. O tédio também depõe contra. Não era sempre que pegava os livros em casa. Quem me fez sentir mal, mal mesmo, por não pegar os livros foi o Márcio Estrela. Óbvio que aprendi a fazer SEMPRE, no matter what, os testes do grupo de geografia em casa, e ir com as dúvidas e deixa-las no vácuo da sala. Anotei muita coisa nessas correções (grupo de revisão de geografia dos últimos 10 anos da UFRGS), aprendi coisas que pra mim eram inéditas, apesar do ensino médio e do outro ano (naquelas) de cursinho. Aprendi pra caralho com esse cara. Mas mesmo assim deixei a desejar no vestibular. Escore 16.


Fora isso eu pegava história, física, biologia pra estudar. De resto ia estudando menos ainda. Isso em casa, porque nos 6 períodos semanais ficava de corpo e alma na sala de aula. Odiava – odeio – conversa na aula. Sabe tudo? Não tá nem aí? Cai fora. Anotava bastante, prestava atenção em tudo que os professores falavam, tentava não me atrasar na chegada. E não faltava. Matava períodos de inglês. Achei que iria mal em inglês esse ano, por não ter paciência pra ler os textos, apesar de neste ano também ter concluído meu Yázigi. Escore 20.


Havia aulas massacrantes... Chatas, sonolentas. Mas a maioria era ótima. As saídas eram martirizantes; o caminho até a parada triturava e dava esperança ao meu estômago ao mesmo tempo, pois a cada passo estava mais perto do meu almoço. Depois sentia muito sono. Cochilava e ia rever alguns testes. Me ausentei da internet durante esse tempo. Não sei passar apenas uma hora na internet; prefiro nem usar se é pra ser tão pouco. Sabia que se fosse pro computador não voltaria pra estudar. Porém me mantive atualizada sobre médias, incrições, desenrolares do ENEM (que putaria esse ENEM, não?), corri atrás da bendita isenção para o vestibular da UFRGS. Essa burocracia me cansa, me esgota.


Assim como me esgotaram essas manhã constantes, principalmente a partir de setembro, outubro... Dezembro! Calor, árvores de natal, locais de prova sendo divulgados, ingressos para o pré-exame. Me emocionava do nada ao imaginar minha aprovação e ao sentir o medo de que aquilo não se realizasse. Vestibular não tem todo ano, pois aquele era o MEU ano. Tinha de ser. E os dias passavam, os plantões desafiadores (7 períodos!) vinham e iam, quinta era dia de grupo de geografia...


O Márcio me ensinou (ele nunca disse isso, mas foi impossível não captar) que eu deveria anotar e ENTENDER tudo aquilo, como o conceito de plantation e as características do El Nino e La Nina – fiquei TÃO feliz quando isso caiu na prova, até escrevi “Faixa!” do lado da questão. Pois tudo era pra faixa: “Vamo láá, vamos lá que é pra fazer uma faixa bem bonita, pra bota na frente de casa, no apartamento, bem grande! Azaar!!!”. Eu imaginava minha aprovação, minha faixa, e enchia os olhos lágrimas. Fiz esse grupo de revisão com um dinheiro que ganhei da minha vó. Não foi pequena a tentação de torrar tudo, ou guardar numa conta. Mas eu sabia que esse grupo era muito rico, ia me acrescentar muito. Aí apostei o dinheiro nisso; ainda bem.


O medo de não passar é muito grande, por vezes maior que a esperança. Medo de ter ido a todos os plantões de física à toa, ter investido tanto dinheiro à toa. Acho que o que me segurava eram os professores. Vez em quando algum deles falava palavras inspiradoras pra nós; lembro agora do Branca, nos confortando e explicando não haver motivos para achar que estávamos mal preparados, estávamos ali quase o ano todo. Os pré-exames foram tão bons pra mim (menos o de inglês, achei bem tosco). E aquela questão de física sobre o Rádio e o Polônio, que o sôr Araújo, de química, tinha explicado porque era um palpite dele pra prova? Caiu em física mas lembrei. Isso é demais! Dei sorte de revisar antes das provas coisas que caíram.


Fiz vestibular no Becker, meu colégio do ensino médio. Os melhores anos estudantis!!! Pensava “vou fazer vestibular aqui e então encerrar de vez essa etapa de ensino médio (querendo ou não estava correndo atrás de conteúdos do ensino médio), fechar a tampa no meu Becker querido”. Meus colegas de prova se comunicavam afú! Opinando sobre a dificuldade das provas, sobre qualquer coisa na real. Não falei com ninguém. No cursinho te deixam claro também que lá, na tua sala de prova, só existirão concorrentes. Me via cercada de gente do meu cursinho e do Unificado. Poucos eram mangolões.


Dividi com todos do meu círculo de convívio a agonia e o medo de não passar. Unhas never more. Ponta dos dedos, never more. Durante todo esse processo pensei muito na minha mãe. Demais, demais... O que ela estaria achando de mim, se ficaria braba por largar o emprego, qual seria o palpite dela sobre minha aprovação (pessoas lá de cima vêem as coisas melhor, não?), se um dia teria a chance de conversar com ela. Meu medo de fracassar era enorme. Em nome dessas preocupações e tarefas me afastei das amigas, renunciei coisas. Há anos almejo ser jornalista. A densidade desse ano me apavorou tanto! 14!!! Me inscrevi no Sisu, no Prouni, estava craque nesses assuntos, e já não agüentava mais! A festa das tintas foi bala e a do Opinião emocionante. Cantei várias com os professores, tive essa emoção final com eles. Muito importante fechar essas tampas pra mim, encerrar bem essas etapas, olhar bem para o momento acabando.


antes de conferir o listão comecei a chorar, perto de meu amado Kavu. Dizia que não queria estudar mais um ano, estava nervosa. Ele disse que não se importava de ser reprovado, contanto que eu passasse. Sorri e o beijei – seu lindo. Quando fui procurar meu nome minhas pernas estavam moles, os olhos enchendo.


Me emociono agora novamente. Meu deus, as conquistas têm muito valor nessa vida. Valeu a pena dar as costas ao meu salário, às possíveis festas, ao dinheiro. Valeu a pena carregar meus livros, meu TRI e meu estojo quase sempre por onde eu andasse. Passar frio com o ar condicionado e sentir falta dele quando ele estragou. Aturar as conversas na sala de aula, ir duas vezes ao dia ao cursinho pra assistir aos plantões e esperar o Dudu perguntar “Questão nº X... Alguém?” SIIIM! = Sim eu quero que tu resolva, eu vim até aqui pra entender esta!


Eu sei que devo me tratar – to quase me convencendo disso – mas tenho que mencionar... Gente queria tanto abraçar minha mãe e noticiar que PASSEI MÃÃE!!! Disse isso à minha vó que é minha mãe, mas não mãe-mãe.


Venci a peneira que é tentar jornalismo, meu nome ta lá e na Zero Hora! Um salve a quem inventou a cota social. Lá em 2005 quando surgiu a ideia, em 2008 quando brinquei de fazer jornal, e agora, tudo é um filme só! O desenrolar foi diferente do da minha imaginação, e agora acho que sei por quê ainda não me sinto plena: não abracei os professores ainda. Preciso disso, preciso olhar nos olhos deles e tentar explicar o quão parte disso eles são. Farei.


Cara... Eu consegui! Já tomei champagne com o KAFEYNA, já encomendei a FAIXA, só falta arranjar alguma festa pro findi. Esses foram meus últimos meses até este janeiro quente. Pretendo trabalhar até as aulas começarem – chega de ficar sem dinheiro! – e curtir meu momento biXo 2011/2. Na real queria tirar foto pra traseira dos ônibus, hauehae.. Mas acho que é só o pessoal do MED que eles chamam. Whatever. Eu passei e eu sou fudida hsuhaushaushaush!... Some FABICO feelings.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Fótons, frequências, Pupila...

As coisas/pessoas se perdem tão rápido umas das outras. Penso na trajetória que poderia ter sido e que não foi. Visitei álbuns de antigas pessoas de épocas tão antigas quanto. Cara... Por quê?

Minha cabeça anda tão louca que... Acho que usei uma frase no parágrafo anterior que reflete meu momento vestibulando (momento este que cuuusta pra passar. Uns 2 anos.) , ao mesmo tempo em que me pergunto se usei o Por quê adequado. Cara, era tudo tão perfeito.

Pra mim era. Podia ser uma bobagem completa num espaço completamente surreal e comunzíssimo, mas era. Não que não seja feliz agora, advertência essa que sempre se faz. Mas há pessoas que me entendem quando me refiro ao meu passado.

Tive de me afastar, percebi que já não tinha lugar. E antes que alguém dissesse em alto e bom som "LARGA DAQUI!", apenas me retirei. Que dor. Queria ficar!!!!!!!!!!! Queria e deus sabe o quanto queria permancer. Era e é impossível.

Passo tanto tempo sem pensar nisso e sempre deparo, algumas vezes, lamentando ainda. É que era forte no meu peito, sabe. Vestia a camisa.

Faço parecer no dia a dia que não sinto falta de algumas pessoas. ÓBVIO que sinto. Me rendi à saudade há pouco e fui lá, vi o rostinho, os traços, as buchechas. Neste caso em específico me afastei por motivos mais íntimos ainda do que este texto, mais íntimos do que minha lágrima solitária agora. Um dia conto a quem interessa. Enquanto não esclareço, tenho de soprar algumas letrinhas nesse vendaval que é a internet: saudade, Dábila.