Comum manhã daquele Becker muito meu... Talvez sociologia, talvez história, não sei. Era o Nei (Nordin) à frente do quadro, se movimentando pra lá e pra cá, escrevendo em tópicos, nos olhando diretamente nos olhos, com a sede que só Nei sabe demonstrar dando aulas.
Era assim naquelas, né.
Porque um dia ele - não lembro por qual brecha - veio falar da nossa época atual, do nosso jeito de encarar as coisas. Uma coisa é o Nei explicando o que aconteceu, como aconteceu. Outra coisa é o Nei decepcionado com a atualidade, com o hoje, com o daqui a pouco. Sem sede nenhuma, por ironia com sua clássica garrafinha d'água do lado.
Devia ser próximo à greve dos professores do ano passado. Nei estava irritado com o descaso à educação, mas não era uma figura do CPERGS. Era o NEI indignado. Nos deu aquela explicação com a mais profunda e seca alma desesperançosa. Falou muito sobre o individualismo, algo que também me desperta certa irritação.
Sim, eu admito ser uma guria muito inquieta. Só que aquela aula do Nei foi o estopim pra mim. Vi um cara que sabe muito dar a entender que não há mais nada a fazer. Dias depois daquilo haveria uma manifestação em frente ao Piratini, mais para os professores mesmo, ainda assim com alguns grêmios estudantis representados. Como estava lá, me pediram pra falar no microfone pelo grêmio. Tive um pouco de medo, demorei a aceitar. Mas me veio à mente a aula do Nei, a história do Nei e todos os motivos que ele tinha pra acreditar que tudo estava perdido.
Fui pra fila da combi de som onde esperava quem iria falar. À minha frente Vera Guasso, olha que tal. Subi a escadinha até a parte de cima do veículo, fui apresentada por uma colega e descarreguei o que me atormentava. Fiz alusão à aula do Nei, contei por alto a história e demonstrei apoio aos educadores. Devem ter gostado, aplaudiram a nanica lá de cima. :)
Hoje estufo em meu peito que faço parte do movimento Romper o Dia!, dos Caras Pintadas do RS, do partido PSoL e ainda (apesar de já ter me formado) do grêmio do Dom João Becker. Mas, entendam: Eu não seguro apenas estas bandeiras. Eu visto a camisa de quem, mais do que luta, acredita num amanhã melhor do que esse meu hoje. Sem esquecer de meu ontem, que aqui é representado pelo conhecimento adquirido com aqueles períodos de convivência com o Nei. Obrigada, Sôr.
terça-feira, 28 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Por um triz
Um feriado é sempre bem-vindo, né? Por mim também. Foi assim que recebi o dia de Tiradentes, essa terça que passou.
Bem faceira levantei acho que depois das 10h. Sol lindo na rua e um quase imperceptível ar frio. Coloquei uma camisa, uma calça, tênis e tentei passear com minha cadela. Eu nunca tinha feito isso. Tentei. Quem disse que o ser caminha na rua com coleira? Empacou!
Tudo bem, a manhã tava só começando, tranquilo. Queria aproveitar a manhã pois à tarde tinha uma reunião, longe daquele sol lindo.
Bicicleta, claro! Amo pedalar por aí. Abro a garagem: um dos pneus vazios. Mas que droga!
Ah nah, eu queria fazer algo. Decidi dar uma volta a pé mesmo. Iria até a faixa (um pedaço da Assis Brasil aqui pros lado do Saranda) e deu. Mp3, chave, celular. "Oi" pro vizinho, escolho música aumento o volume.
Lotação parada atravessada numa esquina, gente, princípio de aglomeração. Avisto e solto um expressivo:
_ Deu merda ali.
Pra quem quisesse ouvir. Me aproximo e foco um cara estirado no chão, provavelmente bem machucado, com suas mãos mexendo e sua moto jogada longe. Fiquei ali uns longos minutos. Pensei. Pensei bastante, no cara.
Quis seguir pra faixa. No caminho vi a ambulância que levava o cara. Andando, lembrei do meu acordar. Da minha inquietação, da necessidade de sair de casa, no meu mais puro desejo de apenas pegar o sol do dia sem sair da minha vila. Era apenas uma volta, pô.
E se eu estivesse passando com minha bicicleta na hora do acidente? Teria acontecido comigo? Ou eu teria me destraído com o choque e assim sofrido/causado um outro acidente? Eu cheguei no local segundos depois da batida, se estivesse de bicicleta teria "chego a tempo".
Tudo acontece e tudo deixa de acontecer. Mas quem decide o rumo? Enigma dos mais fudido. É.
Cadê a minha bombinha de pneu?
Bem faceira levantei acho que depois das 10h. Sol lindo na rua e um quase imperceptível ar frio. Coloquei uma camisa, uma calça, tênis e tentei passear com minha cadela. Eu nunca tinha feito isso. Tentei. Quem disse que o ser caminha na rua com coleira? Empacou!
Tudo bem, a manhã tava só começando, tranquilo. Queria aproveitar a manhã pois à tarde tinha uma reunião, longe daquele sol lindo.
Bicicleta, claro! Amo pedalar por aí. Abro a garagem: um dos pneus vazios. Mas que droga!
Ah nah, eu queria fazer algo. Decidi dar uma volta a pé mesmo. Iria até a faixa (um pedaço da Assis Brasil aqui pros lado do Saranda) e deu. Mp3, chave, celular. "Oi" pro vizinho, escolho música aumento o volume.
Lotação parada atravessada numa esquina, gente, princípio de aglomeração. Avisto e solto um expressivo:
_ Deu merda ali.
Pra quem quisesse ouvir. Me aproximo e foco um cara estirado no chão, provavelmente bem machucado, com suas mãos mexendo e sua moto jogada longe. Fiquei ali uns longos minutos. Pensei. Pensei bastante, no cara.
Quis seguir pra faixa. No caminho vi a ambulância que levava o cara. Andando, lembrei do meu acordar. Da minha inquietação, da necessidade de sair de casa, no meu mais puro desejo de apenas pegar o sol do dia sem sair da minha vila. Era apenas uma volta, pô.
E se eu estivesse passando com minha bicicleta na hora do acidente? Teria acontecido comigo? Ou eu teria me destraído com o choque e assim sofrido/causado um outro acidente? Eu cheguei no local segundos depois da batida, se estivesse de bicicleta teria "chego a tempo".
Tudo acontece e tudo deixa de acontecer. Mas quem decide o rumo? Enigma dos mais fudido. É.
Cadê a minha bombinha de pneu?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Eu rio, mas tem gente que não
Trilha: Gap, do The Kooks.
A chegada das coisas me chama a atenção. A maneira como chegam, o que abalam quando movem algo. Abordo então as notícias.
Lembretes, avisos, notas... Todos notícias de certa forma. A forma como um simples ou complexo comunicado é feito modifica o teor do balanço. No meu achar, é claro. A comunicação, pra mim, é fascinante pelas diversas formas das quais ela pode chegar até mim.
Acompanhada da tecnologia, a comunicação voa em metamorfose constante. Mas paremos por aí porque quem escreve é Nathália Bittencurt, então aspectos técnicos que não envolvam diretamente as relações humanas não são o foco naturalmente.
Divirjo de quem acredita que com “más” notícias não importa o que façamos, como entreguemos, o cuidado que tomemos, pois não surtirá efeito. Existem muitas maneiras de noticiar qualquer coisa e não falo de línguas, e sim de linguagem.
As “más” notícias socam direto, obviamente, os sentimentos. E também é de praxe balançar-se, pois humanos somos. De pé permanecemos por consequência da forma como que recebemos a notícia, sem esquecer de uma boa dose de bom senso, conhecido também como maturidade.
Talvez isso seja chover no molhado, mas o que quero é propor uma reflexão. Quantos grandes impactos poderíamos transformar em cutucos no dia-a-dia, amenizando muitas palavras e possíveis lembranças desnecessárias, que às mais otimistas mentes servirão – ou não – para rir mais tarde. ,)
A chegada das coisas me chama a atenção. A maneira como chegam, o que abalam quando movem algo. Abordo então as notícias.
Lembretes, avisos, notas... Todos notícias de certa forma. A forma como um simples ou complexo comunicado é feito modifica o teor do balanço. No meu achar, é claro. A comunicação, pra mim, é fascinante pelas diversas formas das quais ela pode chegar até mim.
Acompanhada da tecnologia, a comunicação voa em metamorfose constante. Mas paremos por aí porque quem escreve é Nathália Bittencurt, então aspectos técnicos que não envolvam diretamente as relações humanas não são o foco naturalmente.
Divirjo de quem acredita que com “más” notícias não importa o que façamos, como entreguemos, o cuidado que tomemos, pois não surtirá efeito. Existem muitas maneiras de noticiar qualquer coisa e não falo de línguas, e sim de linguagem.
As “más” notícias socam direto, obviamente, os sentimentos. E também é de praxe balançar-se, pois humanos somos. De pé permanecemos por consequência da forma como que recebemos a notícia, sem esquecer de uma boa dose de bom senso, conhecido também como maturidade.
Talvez isso seja chover no molhado, mas o que quero é propor uma reflexão. Quantos grandes impactos poderíamos transformar em cutucos no dia-a-dia, amenizando muitas palavras e possíveis lembranças desnecessárias, que às mais otimistas mentes servirão – ou não – para rir mais tarde. ,)
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Que loucura!
Trilha: Next year, do Foo Fighters.
Tudo bem que agora tá um calor horrível em Porto Alegre - lembro das senhoras de todo dia no elevador... "Eeessa semana vai começar o inveerno no estado." u.u - , mas mentalizemos aquela sensação de outono gostosa, aconchegante, parará.
Creio que eu esteja realmente numa nova etapa. Fim de colégio, trabalho, sempre achamos que tudo vai mudar mas ao mesmo tempo cremos que a merda será a mesma. Mas não, cara!
É diferente. Porque apesar de estar sempre correndo contra o tempo, maquinando o que posso fazer amanhã pra agilizar algum sonho, pra aproveitar melhor o findi, quando é melhor ligar pro fulano, como posso arranjar mais dinheiro, eu paro bastante pra pensar. Claro, pensar bobagens, mas paro. De onde trabalho a visão é privilegiada, dá pra ver Porto de várias formas, blablá. Aí eu vou pra janela e começo a lembrar.
Nossa, tanta coisa. Mas, apesar de pensar bastante sobre a janela, hoje o que me chamou a atenção aconteceu na rua. Na Otávio Rocha.
Era por volta das 8h e meia da manhã, e lá vinha eu da Dr. Flores em direção à Otávio, esquina Renner. Comprei a Zero Hora numa banca dessas que tem tipo bicho no Centro, e depois entrei na Pão de Queijo, uma minimini cafeteria. Peguei um pastel assado de carne com catupiry, de comer rezando. Continuei meu caminho lembrando de uma cena:
... "Você percebe que virou adulto quando assina um jornal e o lê todas as manhã em sua casa, com sua caneca de café." Eu li aquilo em alguma revista do tipo Capricho ou Atrevida. Tinha uns 11, 12 anos. Pensava bah, quando isso acontecer eu vou ser muito fodona. Algo por 2003. ...
Estou em 2009, indo trabalhar numa manhã qualquer. Comprei um lanche onde - reza a lenda - minha mãe adorava tomar café da manhã, pois trabalhava/morava no Centro. Ao chegar no meu serviço, farei o café que será bebido pelos clientes e que ficará na térmica, e com certeza quem tomará mais será eu. Ao chegar lá, também, serei a primeira e ficarei um tempo lá só... Mesmo sendo um escritório, tem ainda um ar doméstico muito forte. É como se fosse eu chegando em casa. Aí eu me olho com aquelas sacolas, um jornal, e tudo arrumadinho casamente, parecendo talvez minha casa.
Não, não quero saber "baah meeu será q virei aduulta???". Não virei. Pois como já disse num outro post, somos adultos e crianças para coisas diferentes. O que me tocou foi a passagem do tempo e, principalmente, o que eu pensava que iria me tornar e o que eu realmente me tornei. Tá bem bom. Até porque posso dizer que alguns sonhos estão se encaminhando.
Lembro agora também que não tomei minha dose de café da tarde ainda. Vou ali, depois de apertar o botão "publicar postagem" aqui.
Loucura, cara. Loucura!
Tudo bem que agora tá um calor horrível em Porto Alegre - lembro das senhoras de todo dia no elevador... "Eeessa semana vai começar o inveerno no estado." u.u - , mas mentalizemos aquela sensação de outono gostosa, aconchegante, parará.
Creio que eu esteja realmente numa nova etapa. Fim de colégio, trabalho, sempre achamos que tudo vai mudar mas ao mesmo tempo cremos que a merda será a mesma. Mas não, cara!
É diferente. Porque apesar de estar sempre correndo contra o tempo, maquinando o que posso fazer amanhã pra agilizar algum sonho, pra aproveitar melhor o findi, quando é melhor ligar pro fulano, como posso arranjar mais dinheiro, eu paro bastante pra pensar. Claro, pensar bobagens, mas paro. De onde trabalho a visão é privilegiada, dá pra ver Porto de várias formas, blablá. Aí eu vou pra janela e começo a lembrar.
Nossa, tanta coisa. Mas, apesar de pensar bastante sobre a janela, hoje o que me chamou a atenção aconteceu na rua. Na Otávio Rocha.
Era por volta das 8h e meia da manhã, e lá vinha eu da Dr. Flores em direção à Otávio, esquina Renner. Comprei a Zero Hora numa banca dessas que tem tipo bicho no Centro, e depois entrei na Pão de Queijo, uma minimini cafeteria. Peguei um pastel assado de carne com catupiry, de comer rezando. Continuei meu caminho lembrando de uma cena:
... "Você percebe que virou adulto quando assina um jornal e o lê todas as manhã em sua casa, com sua caneca de café." Eu li aquilo em alguma revista do tipo Capricho ou Atrevida. Tinha uns 11, 12 anos. Pensava bah, quando isso acontecer eu vou ser muito fodona. Algo por 2003. ...
Estou em 2009, indo trabalhar numa manhã qualquer. Comprei um lanche onde - reza a lenda - minha mãe adorava tomar café da manhã, pois trabalhava/morava no Centro. Ao chegar no meu serviço, farei o café que será bebido pelos clientes e que ficará na térmica, e com certeza quem tomará mais será eu. Ao chegar lá, também, serei a primeira e ficarei um tempo lá só... Mesmo sendo um escritório, tem ainda um ar doméstico muito forte. É como se fosse eu chegando em casa. Aí eu me olho com aquelas sacolas, um jornal, e tudo arrumadinho casamente, parecendo talvez minha casa.
Não, não quero saber "baah meeu será q virei aduulta???". Não virei. Pois como já disse num outro post, somos adultos e crianças para coisas diferentes. O que me tocou foi a passagem do tempo e, principalmente, o que eu pensava que iria me tornar e o que eu realmente me tornei. Tá bem bom. Até porque posso dizer que alguns sonhos estão se encaminhando.
Lembro agora também que não tomei minha dose de café da tarde ainda. Vou ali, depois de apertar o botão "publicar postagem" aqui.
Loucura, cara. Loucura!
Recall
É claro que o conceito é velho, mas ele sempre serve pra alguém.
Bom. Começo por uma opinião pessoal. Minha visão da perfeição é de que ela precisa vir acompanhada de um defeito de fábrica. Algum arranhão do qual não podemos extraí-lo; ele simplesmente faz parte da coisa/situação/pessoa perfeita. Só encontrando algo assim é que defino-o como perfeito.
O conceito do qual queria falar pode soar egoísta, mas trata-se de ser seletivo na vida. Encarar o que nos cerca com uma peneira, separando o que nos faz bem do que nos puxa pra baixo. Porque não há - e não há mesmo - motivo pra engolir desaforos nessa empreitada que é nossa existência. Já neste campo, falando da vida, não busco a perfeição exatamente. Penso em equilíbrio. Pois é só em equilíbrio que qualquer coisa suporta qualquer coisa, não?
É óbvio que por mais que se varra um carpete, ele nunca estará 100% limpo. Ou seja, mesmo em equilíbrio, não esperemos que todos os problemas desapareçam, não é esse o canal.
Sendo assim, equilíbrio não é a fonte da perfeição? Talvez, não sei.
Não crio um texto sem viajar um pouco, né... Mas o que seria deles sem meus arranhões de fábrica. ,)
Bom. Começo por uma opinião pessoal. Minha visão da perfeição é de que ela precisa vir acompanhada de um defeito de fábrica. Algum arranhão do qual não podemos extraí-lo; ele simplesmente faz parte da coisa/situação/pessoa perfeita. Só encontrando algo assim é que defino-o como perfeito.
O conceito do qual queria falar pode soar egoísta, mas trata-se de ser seletivo na vida. Encarar o que nos cerca com uma peneira, separando o que nos faz bem do que nos puxa pra baixo. Porque não há - e não há mesmo - motivo pra engolir desaforos nessa empreitada que é nossa existência. Já neste campo, falando da vida, não busco a perfeição exatamente. Penso em equilíbrio. Pois é só em equilíbrio que qualquer coisa suporta qualquer coisa, não?
É óbvio que por mais que se varra um carpete, ele nunca estará 100% limpo. Ou seja, mesmo em equilíbrio, não esperemos que todos os problemas desapareçam, não é esse o canal.
Sendo assim, equilíbrio não é a fonte da perfeição? Talvez, não sei.
Não crio um texto sem viajar um pouco, né... Mas o que seria deles sem meus arranhões de fábrica. ,)
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