Com o Neil por aqui

Trilha: Hey hey my my, do Neil Young.


Vejo muitas coisas passarem, caminharem. Algumas até correrem.

Agora não há engajamento, não há força, não há tristeza. Há alguém de unhas roxas apenas observando as coisas. Observemos as coisas. Todos os movimentos, passos, crenças, acontecimentos. Sou uma guria que olha demais tudo, na maioria das vezes o que ninguém tem tempo de olhar, e também perco de vista o que ninguém perde.

Que carro? Não sei, não entendo nada de carros.

O que, que guri? Putz, não vi.

Passo por desligada. Também não digo que não seja... Na verdade não sei.

Ás vezes me assusto com o que não quero que corra e corre. Bom... Se quer correr, então que corra. Eu é que não ficarei aqui só olhando. Não sei deixar de olhar, mas sei correr olhando.

Já deu de pensar, observar por hoje. Tenho que correr.

Sobre rodas... Debaixo da lua

Prazer em viver, prazer em olhar para as coisas. Sorrindo "olhando" o vento. O céu azul com nuvens chamuscadas - chamuscadas? - .

Mas era noite, depois.

Ar de noite, ar de descobertas noturnas. Aí já estava num carro. Fiz uma rápida ligação, soube de talvez um problema. O problema não era meu, mas eu já não sei o que fazer.

Ia à alguns quilômetros por hora, olhando tudo pela janela de trás do carro. Eu ia até o problema. Neon, luzes. Luzes, pessoas. Pessoas vagando, postos de gasolina abertos, neon. Luzes.

Eu piscava lentamente, meio que preocupada. Mas não tenho o que fazer. Preocupada o suficiente pra pensar, mas não pra soltar um "Merda!". Ainda admirava muito as ruas. Quase que estou enjoada de tanto passar pela Assis Brasil. Depois da FIERGS, antes do Strip. Mas de noite até é bonito, e eu olho.

Pais, filhos, problemas dos filhos, problemas dos pais. Filhos resolvendo seus próprios problemas, eu preocupada com problemas de...

Passo e repasso meus olhos...

Enquanto isso, penso.